La Revista Iberoamericana de Educación es una publicación editada por la OEI 

 ISSN: 1022-6508

Está en: OEI - Revista Iberoamericana de Educación - Número 40

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 Número 40: Enero-Abril / Janeiro-Abril 2006

Educación para el desarrollo sostenible / Educação para o desenvolvimento sustentável

  Índice número 40 

Apresentação

A apresentação a uma revista de «divulgação do pensamento» costuma cumprir duas funções. A primeira é a de antecipar – servir de guia – aos leitores os conteúdos que encontrarão na publicação que se oferece em sua leitura. Uma segunda função é a de servir como sucesor de um editorial, que a tradição ou uma falsa neutralidade ideológica escamoteiam muito frequentemente nesse tipo de boletins. 

Na apresente oportunidade, tal apresentação se considera eximida da segunda destas funções. A magnífica introdução feita pelos coordenadores deste monográfico – cujo conteúdo se realizará através dos númeors 40 e 41 da rie –, professores José Gutiérrez e Javier Benayas, é uma fina síntese de quase tudo o que tivéssemos querido dizer sobre a educação para o desenvolvimento sustentável.

Por esse motivo, e só com o objetivo de somar referências e de apontar em particular alguma perspectiva de interesse, nos permitimos acudir a um encontro que define os motivos que nos impulsaram a tratar este tema, antes de apresentar os artigos e aos autores que incluimos na primeira entrega do monográfico:

A crise ambiental é uma crise de civilização. É a crise de um modelo econômico, tecnológico e cultural que despertou à natureza e negou às culturas alternas. O modelo civilizatório dominante degrada o ambiente, desvaloriza a diversidade cultural, e desco­nhece o Outro (ao indígena, ao pobre, à mulher, ao negro, ao Sul), enquanto privilegia um modelo de produção e um estilo de vida insustentáveis, que se tornaram hegemônicos no processo da glo­-ba­lização.

A crise ambiental é a crise de nosso tempo. Não é uma crise ecológica, senão social. É o resultado de uma visão mecanicista do mundo, que, ignorando os limites biofísicos da natureza e os estilos de vida das diferentes culturas, está acelerando o aquecimento global do planeta. Este é um fato antrópico e não natural. A crise ambiental é uma crise moral de instituições políticas, de aparelhos jurídicos de dominação, de relações sociais injustas, e de uma racionalidade instrumental em conflito com a trama da vida.

O discurso do «desenvolvimento sustentável» parte de uma idéia equivocada. As políticas do desenvolvimento sustentável procuram harmonizar o processo econômico com a conservação da natureza, favorecendo um balanço entre a satisfação de necessidades atuais e as de gerações futuras. Entretanto, pretende realizar seus objetivos revitalizando o velho mito desenvolvimentista, e promovendo a sofisma de um crescimento econômico sustentável sobre a natureza limitada do planeta. Mas a crítica a esta noção do desenvolvimento sustentável não invalida a verdade nem o sentido do conceito de sustentabilidade para orientar a construção de uma nova racionalidade social e produtiva.

O conceito de sustentabilidade se fundamenta no conhecimento dos limites e das potencialidades da natureza, assim como na complexidade ambiental, inspirando uma nova compreenção do mundo para enfrentar os desafios da humanidade no terceiro milênio. O conceito de sustentabilidade promove uma nova aliança natureza-cultura fundando uma nova economia, reorientando os potenciais da ciência e da tecnologia, e construindo uma nova cultura política fundada um uma ética da sustentabilidade – em valores, crenças, em sentimentose em saberes – que renovam os sentidos existenciais, os mundos de vida e as formas de habitar o planeta terra 1

Abrem este número 40 da rie José Gutiérrez (Universidade de Granada),  Javier Benayas (Universidade Autônoma de Madri) e Susana Calvo (Ministério de Meio Ambiente da Espanha), que trataram o tema do papel que deve jogar a educação no processo de mudança de algumas organizações internacionais propuseram impulsar para reverter a crise ambiental, que compreende desde o esgotamento dos recursos até a pobreza, a igualdade e a justiça social.

Por sua parte, Edgar J. González-Gaudiano (Universidade Nacional Autônoma do México), aponta os resultados das pesquisas que trataram de indagar a respeito do imaginário e sobre o ideário dos educadores ambientais, confusos pela polêmica que se apresentou, há alguns anos, quando se tentou substituir a noção de educação ambiental pela de educação para o desenvolvimento sustentável (eds) e outros equivalentes.

Em um breve,  incisivo e apaixonado ensaio, Michel Sato (Uni­versidades Federal do Mato Grosso e Federal de São Carlos) expõe a necessidade que tem a educação ambiental de abrir-se e de incorporar todas aquelas perspectivas disciplinares que formam parte da vida da terra. Em um rápido percorrido nos mostra, a modo de exemplo, como adquirem sentido ambiental a pintura de R. Magritte, a cinematografia de F. Fellini, a poesia de O. Paz, ou as filosofias de G. Bachelard e de H. Arendt.

Daniela Tylbury e María J. Hernández Ramos nos recordam, desde a Macquarie University, na Austrália, que o pensamento ibero-americano transcendeu, há muito tempo, as fronteiras comunitárias. As autoras se propõem demonstrar, através da exploração da relação existente entre educação, mudança cultural e sustentabilidade, que a eds tem aspectos inovadores que poderiam causar impacto de maneira positiva no desenvolvimento conceitual e na prática da Educação Ambiental na América Latina.

O trabalho de Francisco J. Perales Palacios (Universidade de Granada) e de Alcira Rivarossa (Universidade de Río Cuarto)  se orienta na direção da prática docente. Exercícios de resolução de problemas que afetam a nosso mundo possam servir como detonador para educar ambientalmente. Os resultados de experiências levadas a cabo em países e em contextos educativos diferentes, mostram as potencialidades desta opção pedagógica.

O número – que no monográfico – se fecha com um artigo coral, em que Daniel Gil Pérez e Amparo Vilches (Universidade de Valência), e Juan Carlos Toscano Grimaldi e Óscar Macías Álvarez (oei), após analisar as razões que levaram às Nações Unidas a instituir a Década da Educação para um Futuro Sustentável,abordam o conceito de sustentabilidade, descrevem a atual situação de emergência planetária, analisam suas causas, e discutem as possíveis soluções.

Sirvam as últimas linhas desta «Apresentação» para deixar explícito o agradecimento dos que fazemos a rie aos professores Gutiérrez e Benayas, por sua paciência e eficaz trabalho de coordenação acadêmica do monográfico que iniciamos no presente número e completaremos no 41, no que se exporão novas aportações do pensamento ibero-americano sobre a EDS.

Roberto Martínez Santiago

Notas

1 Manifesto pela vida. Por uma ética para a sustentabilidade.
A idéia de elaborar um Manifesto para a Sustentabilidade surgiu do Simposio sobre Ética e Desenvolvimento Sustentable, celebrado em Bogotá, Colombia, entre os dias 2 e 4 de maio de 2002, no qual participaram: Carlos Galano (Argentina); Marianella Curi (Bolívia); Óscar Motomura, Carlos Walter Porto Gonçalves e Marina Silva (Brasil); Augusto Ángel, Felipe Ángel, José María Borrero, Julio Carrizosa, Hernán Cortés, Margarita Flórez, Alfonso Llano, Alicia Lozano, Juan Mayr, Klaus Schütze e Luis Carlos Valenzuela (Colômbia); Eduardo Mora e Lorena San Román (Costa Rica); Ismael Clark (Cuba); Antonio Elizalde e Sara Larraín (Chile); María Fernanda Espinosa e Sebastián Haji Manchineri (Equador); Luis Alberto Franco (Guatemala); Luis Manuel Guerra, Beatriz Paredes e Gabriel Quadri (México); Guillermo Castro (Panamá); Eloisa Tréllez (Peru); Juan Carlos Ramírez (CEPAL); Lorena San Román e Mirian Vilela (Conselho da Terra); Fernando Calderón (PNUD); Ricardo Sánchez e Enrique Leff (PNUMA).
Uma primeira visão do mesmo foi apresentada na Sétima Reunião do Comitê Intersesional do Forum de Ministros do Meio Ambiente da América Latina e do Caribe, celebrada em São Paulo, Brasil, entre os dias 15 e 17 de maio de 2002. A presente versão é uma reelaboração desde texto, baseada nas consultas realizadas com os participantes do Simpósio, assim como nos comentários de um grupo de pessoas, entre as quais agradecemos as sugestões de Lucia Helena de Oliveira Cunha (Brasil), Diana Luque, Mario Núñez, Armando Páez e José Romero (México).

 


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