Revista Iberoamericana de Educación / Revista Ibero-americana de Educação vol. 85, núm. 2 (15/03/2021), pp.53-71, isSn: 1022-6508 / isSne: 1681-5653 /
https://doi.org/10.35362/rie8523718 Organización de Estados Iberoamericanos (OEI) / Organização de Estados Ibero-americanos
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18/02/2021 |
Relação família-escola: perceções de professores e pais/encarregados de educação numa escola pública em Angola
Family-school relationship:
perception of teachers and parents/ guardians at a public school in Angola
Fortunato Pedro Talani Diambo
1 ; Maria Luísa Branco 1,2
1Universidade da
Beira Interior (UBI); 2 Universidade de Évora (CIEP-UE), Portugal
Resumo
A relação família-escola é tida como fundamental para o sucesso
dos alunos e das instituições
escolares, influenciando as tomadas de decisão na gestão da escola.
Neste artigo, analisamos as
perceções de professores e pais/encarregados de educação, no que tange à relação família-escola, no
contexto de uma escola
pública com ensino primário e secundário em Angola.
Para o efeito, foi desenvolvido uma investigação qualitativa, com base num caso naturalista. De
acordo com os resultados
das entrevistas feitas aos pais e professores, conclui-se que o envolvimento da família nas ações da escola,
o acompanhamento da escolarização
dos filhos, assim como a participação da família na tomada de decisão são consideradas fundamentais, contribuindo para o sucesso e o bom funcionamento das instituições escolares. Os participantes apontam, como razões principais para o pouco envolvimento da família, a falta
de tempo, aliada à ocupação laboral; a falta de ações concretas e feedback
positivo por parte da escola; a relação
família-escola resumida à participação
em reuniões de pais e encarregados de educação. Segundo
os professores, os pais de
estatuto socioeconómico mais elevado, pelo menos naquela escola, são os que menos se envolvem nas ações escolares, apresentando, os seus filhos, pior aproveitamento
escolar.
Palavras-chave: Envolvimento da família; ensino primário e secundário angolano; estudo de
caso naturalista; entrevistas.
Abstract
The family-school relationship is considered
fundamental to the success of students and school institutions and influences
decision making by school leaders. This paper analyses the perceptions of
teachers and parents/guardians regarding the family-school relationship in the
context of a public school with primary and secondary sections in Angola. For
this purpose, a qualitative research was developed based on a naturalistic
case. The results of the interviews with teachers and parents revealed that
family involvement in school activities, monitoring of children’s school
attendance, and family participation in decision-making are considered
fundamental and contribute to the success and good functioning of the school
institution. Participants pointed to the lack of time and the absence of
concrete actions and positive feedback from the school as the main reasons for
the low level of family involvement, summarizing the family-school relationship
through participation in meetings of parents and guardians. According to the
teachers, the parents with the highest socioeconomic status, at least in this
school, are the least involved in school actions and their children present
poorer school performance.
Keywords: Family involvement; Angolan primary and secondary education;
naturalistic case study; semi-structured interviews.
1. Introdução
O envolvimento
da família no contexto escolar tem
sido, nos últimos anos, uma problemática muito estudada por vários autores, tendo em conta a importância da participação desta instituição social no desenvolvimento e sucesso das instituições escolares, bem como
no melhoramento do rendimento
académico dos alunos. Alho
e Nunes (2009), Bento, Mendes e Pacheco (2016), Bertan (2007), Davies
(1989, 1994), Diez (1982), Diogo (2008), Fevorini (2009),
Marques (1990, 1994, 1997, 2001), Oliveira e Marinho-Araújo (2010), Reis (2008), Silva (1994,
2003), Sousa e Pereira (2014) e Zassala
(2012), reconhecem a necessidade e a importância do estabelecimento de uma relação escola-família mais saudável e eficaz. Apesar de a
família ser uma instituição diferente da escola, com regras e objetivos
diferentes, as duas partilham a importante tarefa de educar e preparar as
crianças e adolescentes para a sua devida inserção na sociedade. Daí a
necessidade de envolver a família na escola, ou seja, ambas as instituições não
devem funcionar de forma isolada (Davies, 1989; Martins, 2008; Oliveira &
Marinho-Araújo,
2010; Silva, 1994; Sousa & Pereira, 2014).
Em contexto africano, um estudo feito
por Eshetu (2015), com o objetivo de analisar a influência da condição social e económica dos pais no rendimento escolar dos filhos na Etiópia, identificou
que o envolvimento destes, nas ações escolares, contribui para a promoção de uma boa parentalidade e para a criação de um ambiente familiar
seguro e estável traduzido um acompanhamento mais criterioso da atividade
escolar dos filhos. Este envolvimento
tem influência no aproveitamento académico dos mesmos, contribuindo,
ainda, para uma melhor inserção na sociedade.
O envolvimento da família na escola é considerado como sendo uma
preocupação necessária e legítima, e não uma opção extra de que a escola pode
prescindir. É uma componente importante para o desempenho ideal das
instituições escolares, assim como para a garantia de uma educação socialmente
aceite (Bento et
al., 2016; Reis, 2008; Silva, 2003; Sousa & Pereira, 2014).
Um estudo feito por Sousa e Pereira
(2014), com o objetivo de analisar a perceção dos encarregados de educação e dos professores sobre a relação escola-família, concluiu que os pais apontam a falta de tempo, os
horários da escola não adequados ou
compatíveis com o seu tempo laboral, as dificuldades
em ajudar os filhos em
casa, a falta de competência para participar direta e de forma ativa na escola, como estando na base do seu pouco envolvimento. Já os professores apontam o desinteresse dos pais no processo educativo dos seus filhos, bem
como uma ideia desadequada sobre o que julgam
ser o acompanhamento adequado
em casa (Bertan, 2007; Diambo,
2014; Lopes, 2014). Bertan
(2007) identificou, ainda,
que os pais muitas vezes só são
chamados ou convocados à escola,
quando os seus filhos estão com
problemas nos estudos, ou
em caso de comportamento problemático.
Um estudo realizado por Rocha (2009), numa escola secundária em Cabo-Verde,
com o objetivo de analisar o envolvimento parental na escola, e como ele é
percecionado por professores e pais, identificou que a escola somente abre as
suas portas aos pais no início do ano letivo, para informar as famílias sobre a
programação da
atividade anual. A escola parece preferir estabelecer intercâmbio com
instituições de ação humanitária, em detrimento das famílias. Estas são,
algumas vezes, convidadas a participar em alguns processos decisórios
(comissões disciplinares e conselho de escola), mas sem efeitos práticos.
Acresce a isto que a participação dos pais, na escola de seus filhos, é
determinada pelo conselho diretivo e por alguns professores, dentro dos
interesses da escola, ou seja, os pais são convidados a participar se a escola
achar necessário (Rocha, 2009).
Diambo (2014), na sequência de uma investigação feita numa escola pública
do ensino primário e do 1º ciclo do ensino secundário, na cidade do Dundo, em
Angola, concluiu que os pais não se envolvem muito na vida escolar dos seus
educandos. Entre as principais razões destacam-se a falta de tempo e estes
acharem que os seus filhos são bons alunos e não têm problemas com a escola.
Considerando a importância da relação entre a família e a escola
evidenciada pela literatura, propomo-nos, no contexto do presente artigo,
aprofundar o estudo sobre a perceção dos pais/encarregados de educação e
professores sobre a relação família-escola, no contexto de uma escola pública
em Angola,
procurando responder à questão de investigação: De
que forma os pais e professores percecionam a problemática do envolvimento da
família na escola, no contexto de uma escola pública em Angola?
2.
Método
Tendo em conta a questão colocada, optámos por um estudo qualitativo.
Segundo Vilelas (2017), “a investigação
qualitativa é uma forma de estudo da sociedade que se centra
no modo como as pessoas interpretam
e dão sentido às suas experiências e ao mundo em que elas vivem” (p. 163). A investigação qualitativa é a que melhor se
ajusta a estudos que pretendem
compreender as intenções, crenças, opiniões, perceções, representações e perspetivas subjacentes às ações realizadas pelos seres
humanos, em relação com os outros contextos em que e com que interagem (Amado, 2014; Vilelas, 2017).
O estudo
foi concretizado mediante a opção
por um estudo de caso
naturalista, conduzido num
contexto real. De acordo com
Vilelas (2017),
A adoção
dos estudos de caso é adequada
quando são propostas questões de pesquisa do
tipo «como» e «porquê», e nas
quais o pesquisador tem um fraco
controlo de uma situação
que, pela sua natureza,
está inserida em contextos sociais (p. 197).
2.1 Participantes
Foram selecionados intencionalmente, em coordenação
com os gestores da instituição
escolar visada para a presente investigação, 20
informantes. Destes,10 informantes fazem parte do corpo docente e os outros 10 são pais
e encarregados de educação.
Relativamente aos docentes, trabalhámos
com o diretor geral, o subdiretor pedagógico, 3
coordenadores de turmas e 5 professores
sem nenhuma função de chefia. Da parte da família, trabalhámos com 10 pais e encarregados
de educação, 5 de cada género e de estatuto social
diferente (médio e baixo).
2.2 Instrumentos
Tendo em conta o tipo de investigação realizada, usámos como instrumento para recolha de dados a entrevista
semiestruturada. A entrevista é considerada por vários autores como sendo a
técnica rainha dos estudos qualitativos (Afonso, 2014; Marconi & Lakatos,
2003).
A opção
pela entrevista semiestruturada como instrumento de recolha de dados, prende-se pelo facto de a sua construção estar baseada nas questões
orientadoras da investigação, permitindo
uma gestão mais controlada e dirigida da entrevista por parte do
investigador, e por ser uma modalidade
de entrevista que permite aos entrevistados
desenvolver o seu ponto de vista sobre um assunto em particular (Afonso, 2014).
2.3 Técnica de análise de dados
Segundo Bogdan
e Biklen (1994), “a
investigação qualitativa envolve pegar nos objetos e acontecimentos
e levá-los ao instrumento sensível da sua mente de modo a
discernir o seu valor como dado” (p. 200). No âmbito de uma investigação
qualitativa e como referido por Bardin
(2016), “o recurso à análise de conteúdo
para tirar partido de um material dito qualitativo, é indispensável…”
(p. 89).
A análise
de dados da presente investigação foi
efetuada mediante as seis fases referidas por
Marshall e Rossman (1999, citados por Afonso, 2014, p. 128): “a organização
dos dados, a produção de categorias,
temas e padrões, a codificação
dos dados, a testagem das interpretações
que vão emergindo, a busca
de explicações alternativas e a produção
do texto final”.
Assim sendo:
Na primeira fase (organização
dos dados), procedemos à leitura do
material obtido durante o trabalho
de campo e à sua organização,
de modo a facilitar a sua consulta. Ou seja, “a organização
física da informação, através
da identificação e agrupamento
de textos, paginação, numeração
de linhas ou parágrafos e criação de índices” (Afonso,
2014, p.128).
Na segunda fase (produção de categorias, temas e padrões), realizou-se uma interpretação do processo, que
nos conduziu ao desenvolvimento da categorização
do material disponibilizado, centrada na “interação entre os eixos da análise, que permitiram a operacionalização do
dispositivo de recolha de dados, as regularidades, padrões e tópicos que emergem da leitura analítica dos textos” (Afonso,
2014, p. 129).
Para esta investigação, optámos por um sistema
de categorização mista,
pois foram criadas categorias a partir da revisão bibliográfica previamente
realizada (sistema de categorias a priori ou análise
de conteúdo dedutiva), assim como a construção de algumas
categorias que emergiram da análise dos dados (análise de conteúdo indutiva).
Importa realçar que a categorização foi feita tendo em atenção as seis regras
fundamentais da codificação, propostas por Amado (2014), de formas a garantir
consistência ao sistema de categorias e da análise efetuada, que são:
•
Exaustividade
(abranger no sistema de categorias
elaborado, todos os itens relevantes para o estudo, presentes no corpo
documental);
•
Exclusividade (cada unidade de registo será
exclusivamente enquadrada em uma
só categoria);
•
Homogeneidade
(cada
categoria fará referência a uma única dimensão de análise);
•
Pertinência
(o
sistema de categorias estará ajustado ou em concordância com o corpus em análise,
e com a problemática e o
objetivo da investigação);
•
Objetividade (clarividência na elaboração de cada categoria,
evitando a subjetividade e a ambiguidade);
•
Produtividade
(não limitada somente à interpretação imediata dos
documentos, mas que permita, também,
análises férteis, capazes de nos levar a um nível de teorização).
Na terceira fase (codificação
dos dados), fez-se a atribuição de um código para cada
categoria e, de seguida, todo o material empírico em nossa posse foi
codificado em conformidade à referida categoria antes definida, dando origem
a um corpus de informação, desenvolvido e devidamente organizado em função
dos objetivos da pesquisa (Afonso, 2014).
Na quarta fase (testagem
das interpretações) realizou-se
uma análise lógica e analítica da informação já estruturada, assim como foram estabelecidas possíveis relações entre o material empírico, de forma a avaliar o nível de coerência do mesmo,
comparativamente com a fundamentação
teórica da problemática em estudo. Como referido por Afonso (2014):
À medida que a informação se estrutura por categorias e unidades de sentido, o investigador vai ensaiando a identificação de relações lógicas
entre os aspetos substantivos do material empírico,
avaliando a coerência da lógica interpretativa em construção e a pertinência e relevância dos dados disponíveis
em relação às diversas
pistas interpretativas (p. 130).
Na quinta fase (busca
de explicações alternativas), analisou-se o material elaborado, assim
como, os procedimentos utilizados, o que permitiu uma visão
mais ampla dos elementos que favorecem,
ou não, a interpretação antes feita, para
encontrar explicações alternativas caso faça sentido. Segundo Afonso
(2014) esta é a fase “em que o investigador deve
desafiar a coerência e solidez da sua
construção interpretativa procurando deliberadamente
os dados que possam enfraquecê-la
ou contradizê-la” (p. 130).
Na sexta fase (produção do texto final), realizou-se
a escrita do texto interpretativo, com intuito de dar resposta à questão orientadora desta investigação.
3. Resultados
Apresentamos, de seguida,
os resultados da análise de conteúdo
das entrevistas, por categoria e subcategoria,
começando pelas entrevistas dos pais/EE
e continuando com a dos professores.
3.1 Conceção
dos pais sobre o envolvimento
da família na escola
Quanto ao estado da relação família-escola
Os pais
e encarregados de educação reconhecem a fraca relação família-escola, porém apontam o pouco interesse de ambas as partes e/ou não terem feito
o suficiente para que aquela acontecesse
conforme o desejado.
A este respeito,
o PEE9 diz:
Não existe uma relação tal, entre a escola e os encarregados, porque falta
mais um “bocadinho” de interesse tanto da parte dos encarregados, assim como da
parte da própria escola, promover de forma constante alguns encontros para irem
informando os encarregados, tudo que tem sido o dia-a-dia das crianças naquela
escola. (…) só ir à escola e voltar, se calhar pode não ser o suficiente (…)
(p. 36).
Por outro
lado, o PEE4 afirma existir em alguns casos ação coerciva da escola para com os alunos, sem consulta prévia dos pais e encarregados de educação, como
podemos ler de seguida:
Eu acho que há
ainda muita coisa que deve mudar (…), porque na maioria das vezes, os educandos venham mais com reclamações
da escola (…), já não há aquele
hábito da escola em que quando
o educando comete, mandarem chamar o seu encarregado… as vezes é atuação direta da coerção da escola sobre o estudante ou educando (p. 16).
Quanto à influência na tomada de decisões
Sobre a influência
da família na tomada da decisão, os pais e encarregados de educação, na sua maioria,
circunscrevem esta situação
à emissão de opiniões nas reuniões e/ou encontros que têm tido com
a escola. Porém, afirmam que é possível
influenciar as decisões da escola
se estes (PEE) participarem
mais.
A título de exemplo,
é referido por PEE3: “(…) aproveitamos (…) expor as nossas opiniões nas reuniões
convocadas pela Direção da escola,
(…) são algumas opiniões que nós demos, e
esperamos a prática” (pp. 12-13).
A este respeito,
o PEE10 diz: “Vejamos que situações
há, em que a Direção
notifica certos encarregados
e não aparecem, (…). Logo,
a Direção toma a decisão sozinha” (p. 41).
Quanto ao envolvimento e acompanhamento dos pais na escolarização dos filhos e sua influência
na ação da escola
O acompanhamento
dos pais na escolarização dos filhos foi tido como de grande importância, pela maioria dos
entrevistados, na medida em que evita comportamentos menos bons dos filhos, promove uma intervenção positiva dos pais e encarregados de educação em relação à escola, assim como favorece o
alcance de uma escola de sucesso. Como pode-se ler, a
título de exemplo:
(…) os encarregados ausentes fazem com que simplesmente a educanda viva por
si só (…), vai à escola quando quer uma vez ou outra, isso pode
contribuir negativamente, porque a escola pode tomar várias decisões quer
positivas, quer negativas para essa educanda. (…) é sempre importante que os
pais estejam (…) com conhecimento tudo quanto se passa com a sua educanda (…),
para não interferir de forma negativa no processo (PEE9, p. 37).
A forma como a família faz o acompanhamento
escolar do filho pode influenciar, negativa ou positivamente, o funcionamento
da escola, como refere, por
exemplo, o PEE10:
(…) a escola
encontra-se numa comunidade, então nós os moradores já fizemos também parte daquela instituição direta ou indiretamente
(…), então as famílias venham até certa medida influenciar
o sucesso da Direção como também o insucesso, tudo dependerá da forma como nós
vamos nos (…) envolver com a Direção
da escola (PEE10, p. 41).
Ideia partilhada por PEE2, quando refere: “(…) se a família for atenta ao processo
de formação do seu filho, penso que não poderá criar grandes
problemas à Direção da escola”
(p. 7).
Quanto à responsabilidade familiar e/ou
social no acompanhamento da educação
da criança
A convicção
expressa pela maioria dos pais e encarregados de educação é a de que os pais têm a responsabilidade de acompanhar a vida escolar dos filhos.
“(…) um pai preocupado tem
que saber como é que o filho
está indo na escola, e como
é que ele está a se desenvolver, se o filho está aplicado ou não (…)” (PEE1, p. 3).
Existem pais e encarregados de educação que não se preocupam tanto em
acompanhar a vida escolar dos seus educandos, limitando-se a deslocar-se à
escola no final do ano letivo, delegando, na maioria das vezes, grande parte
das suas responsabilidades à direção da escola, e culpando consequentemente
esta, na eventual ocorrência de qualquer situação menos agradável com o seu
educando, como refere, a título de exemplo,
PEE3:
(…) há aqueles pais, desde o início do ano letivo não fazem acompanhamento
dos filhos, depois chega um período em que as aulas estão no meio (…), o filho,
às vezes, não tem
nome na lista, depois aparece lá, fica um bocadinho constrangido
(…) é claro que naquele
momento ele não vai dizer que a Direção da escola está organizada (…) vai sempre criar uma base para dizer que a escola está
desorganizada, nunca esteve organizada, a Direção é péssima (pp. ١١-١٢).
Alguns pais e encarregados de educação entrevistados sublinham
o seu papel de educador para a socialização
desejada do filho, de tal
forma que o bom comportamento
que o filho apresenta no seio familiar se reflita na sociedade. É o caso de PEE4, quando refere:
(…) as pessoas
devem ser bem-educadas, bem instruídas (…), da mesma
forma de como olham para um
pai, uma mãe ou um irmão
mais velho, que fossem tratar as outras pessoas do mesmo modo, (…) e fazer
com que a nossa presença como família, o nosso bom nome
na sociedade, reflita sobre os seus atos para com outras
pessoas (p. 17).
Também PEE2 afirma
que a família tem
responsabilidades sociais na
consciencialização da criança,
(…) repare que estamos a falar
de meninos de pouco menos de oito,
nove, dez, onze anos, pouco ou nada sabem
do mundo académico, do mundo envolvente à escola… é
lógico que os pais se envolvam
para catapultar a consciência dos meninos ainda nessa tenra
idade, para que de facto sejam
o garante do futuro que é o homem do amanhã (p. 5).
3.2 Conceção
dos professores sobre o envolvimento
da família na escola
Quanto ao estado e pertinência da relação família-escola
Quanto ao estado da relação família-escola, a maioria dos professores considera que é uma relação insuficiente, como a título de exemplo
é expresso por P8:
(…) o envolvimento
da família no contexto escolar tem
sido muito fraco, (…) o envolvimento é só na matrícula, (…) se calhar
pagamento de uma ou outra comparticipação financeira para o estudante, (…) senão, não existe um envolvimento total da parte
dos parentes quanto aos estudantes (pp. 77-78).
Sobre a pertinência
dessa relação, alguns professores afirmam que, se se estabelecesse uma boa relação com a família,
isso permitiria que esta,
para além do rendimento
escolar do educando, tomasse conhecimento
de como a escola está a funcionar. Caso de P5, “(…)
se tivéssemos uma relação com eles seria muito bom, porque (…) estariam a acompanhar (…) o desempenho e o comportamento acima de tudo da instituição e saber como está (…)
o seu educando” (pp. 64-65).
Quanto ao envolvimento e acompanhamento dos pais nos trabalhos escolares dos filhos e sua influência na ação da escola
Os professores
entrevistados são quase unânimes em afirmar que o envolvimento
dos pais e encarregados de educação em atividades escolares
dos filhos influencia, em grande medida, o bom funcionamento da escola, como nos afirma, a título de exemplo,
P6 “(…) os pais e encarregados
de educação, são parceiros de apoio à Direção da escola, há certas decisões
que a Direção toma, (…) com
o apoio ou a sugestão dos pais e encarregados de educação” (p.
69). A este respeito, P7 afirma: “(…)
se a família se envolver no
acompanhamento, (…) participa nas
atividades escolares ou
extraescolares quando são
convocados, e ter uma relação
direta (…) segundo os documentos orientadores, acho
que isso poderia
influenciar muito no desenvolvimento
da escola” (p. 74). P4 afirma que, “(…)
um pai ausente na vida
escolar do filho (…), empobrece a própria
instituição” (p. 60).
Alguns professores entrevistados defendem
a partilha de responsabilidades educativas, pois pode proporcionar uma relação família-escola mais saudável e, consequentemente, contribuir para o desenvolvimento
da instituição escolar, como referido à título de exemplo por P7, “(…) a escola faz
a sua parte que é ensinar
(…) os pais também vão sempre sensibilizando,
educando os (…) seus filhos
para que possa haver uma relação direita
e o desenvolvimento da própria
escola” (P7, p.74).
Na mesma linha, P10 refere que o envolvimento e acompanhamento da família, na atividade
escolar do aluno, tem um
carácter importante, pois pode contribuir para a identificação de fatores que estejam
a interferir na compreensão
dos conteúdos ministrados na
escola por parte do aluno, uma
vez que existem vários
fatores, que ocorrem no contexto familiar, passíveis de influenciar, direta ou indiretamente, o aproveitamento escolar do aluno.
(…) os pais
ajudariam os professores,
porque tem alguns filhos que não se adaptam bem aos
conteúdos (…) que se dá aqui, porque os alunos não são acompanhados
pelos pais, (…) têm alguns problemas… tem algo que aconteceu em casa, (…) nós (…) os
professores não sabemos, e não temos como suprir estes problemas (P10, p.
88).
A este respeito,
P2 refere, ainda, que o envolvimento e acompanhamento da família na atividade
escolar do aluno é importante, pois
pode facilitar a atividade do professor
ajudando com explicações aos filhos em casa, na medida em que
o tempo de que dispõem os professores
nem sempre é compatível com a quantidade da matéria a lecionar, como pode-se ler de
seguida:
(…) eu estou a lecionar sétima classe e vejo que muitos alunos não sabem
escrever, (…) tenho a certeza de que se a família estivesse mais preocupada,
(…) se os pais colaborassem em casa dando explicação aos seus filhos, (…) isto
não estaria a reinar muito, (…) porque eu tenho quarenta e cinco minutos para
lecionar uma aula, e às vezes eu posso não conseguir atingir os (…) objetivos
(P2, p. 51).
Para P1, o envolvimento
dos pais e encarregados de educação pode ter, ainda, grande influência no comportamento do
aluno na sala de aula,
(…) toda criança
se sente bem quando (…) os pais estão envolvidos na educação, (…) na vida diária dele (…), ela sente-se confortável
e seguro (…). (…) é fácil a criança
estar mais atenta na aula,
o desenvolvimento dele muda, (…) é
uma criança diferente,
alegre, é fácil ela dominar ou
interpretar muito bem os conhecimentos que são ensinados (P1, p. 47).
Responsabilidade social e/ou familiar no acompanhamento da educação da criança
Metade dos entrevistados reconhece a responsabilidade social da família no
acompanhamento do educando, pois constitui o núcleo básico e fundamental para a
educação da criança, como foi referido por P7: “(…) a família é o núcleo
principal da formação de um indivíduo, não só a escola” (p. 74). A família
regula a atitude comportamental da criança dentro e fora do contexto familiar,
referindo alguns professores que os alunos tendem a apresentar, em muitos
casos, um comportamento duplo, como refere a título de exemplo
P٢,
(…) o aluno em casa, é outra coisa e fora
de casa, também é outra
(…)! Muitos alunos comportam-se mesmo mal, (…) se os encarregados
estivessem sempre aqui a par e passo quando puderem, nos ajudaria. (…) o envolvimento
deles (…) é sempre bom (P2,
p. 51).
A este respeito,
P6 afirma: “(…) O estudante tem
duas vidas (…), vida académica e
vida social, e o pai tem de fazer
acompanhamento na vida
social e na vida académica para tudo
correr bem e dar certo” (p.
71).
Envolvimento dos pais nas tomadas de decisão
A maioria dos professores entrevistados refere não haver envolvimento dos
pais e encarregados de educação nos órgãos de tomada de decisão, pois estes limitam-se
a dar a sua opinião nas reuniões de pais e encarregados de educação, convocadas pela escola,
como refere a título de exemplo P9: “(…) geralmente as opiniões são dadas nos
encontros com a comissão ou com os encarregados de educação” (p.82).
Os professores
reconhecem, ainda, que as opiniões dadas pelos pais nem sempre são
tidas em consideração por
parte da escola, como refere
P4: “Eles participam uma
vez a outra e dão a sua opinião, mas
a concretização nem sempre é efetivada” (p.57).
A escola, muitas vezes, toma decisões sem consultar os pais e encarregados
de educação, como refere, por exemplo P5: “(…) às
vezes, nós temos tomado decisões, só a Direção da escola, sem a participação dos encarregados” (p.62).
Alguns professores reconhecem que as decisões tomadas pela escola, sem consultar ou sem a participação dos pais, tendem a afetar negativamente as famílias,
como refere a título de exemplo
P9: “geralmente quando a família não colabora com a escola, as decisões da escola praticamente afetam a família” (p.81).
Condição socioeconómica
da família e sua influência na relação
família-escola
Apesar de grande
parte dos professores entrevistados reconhecerem a condição
socioeconómica da família como fundamental, não consideram, contudo, ser condição suficiente
para uma boa relação família-escola, como refere, a
título de exemplo, P7:
Em parte, a condição
socioeconómica é fundamental, porque tendo em conta o
lugar também onde está situada a nossa
escola, a distância em si também se conta, (…) um pai que
socialmente tem pouco rendimento económico, é difícil frequentar
a escola mais vezes por motivo do próprio
transporte. (…) acontece que os pais que têm menos possibilidades e os pais que têm, quase
todos estão no mesmo nível,
não aparecem com frequência na escola! (...) A
condição económico-social não
é cem por cento para uma boa relação família-escola (p. 76).
A este respeito,
P6 afirma mesmo “(…) as pessoas com
condição social meio precária são as que mais estão aqui
na escola (…). Os ricos até
muitas das vezes não dão importância
ao professor, (vou falar o quê com ele!...), (…) mandam sempre outra
pessoa” (p. 68).
Para alguns
professores, o envolvimento
da família na escola, é também uma questão de educação familiar, independentemente
da condição socioeconómica da mesma, e da organização da própria escola, como referido, a título de exemplo,
por P8:
(…) há
encarregados com pouca possibilidade financeira, mas que já foram educados de que é necessário acompanhar o seu filho, e também
há instituições que criam meios e formas de os encarregados estarem envolvidos e que eles vão, (…)
estando bem economicamente ou não, (…) então
isso passa talvez pela organização da própria escola (pp. 81-82).
4. Discussão
Os professores
e pais/encarregados de educação reconhecem, e manifestam, a necessidade e o desejo de uma relação
família-escola mais próxima
e saudável. A sua efetivação prática não é, contudo, muito notória. Resultados
convergentes com os estudos
desenvolvidos por grande parte de investigadores
ligados à problemática da relação família-escola,
como, por exemplo, Bertan
(2007); Dessen (2010); Diambo
(2017); Dias (2005); Eshetu (2015); Fevorini (2009); Marques (2001, 2002).
O envolvimento
da família no contexto escolar contribui
para a melhoria do rendimento
escolar do educando e, quiçá, para o desenvolvimento harmonioso da criança,
de acordo com Marques
(2002):
O desenvolvimento
e a educação da criança dependem sobretudo do esforço comum das esferas sobrepostas que constituem o
mundo da criança. Quando
estas esferas comunicam e se relacionam
de forma positiva, cria-se um
ambiente ecológico favorável ao
desenvolvimento. Quando
estas esferas estão de costas voltadas,
prosseguem objetivos opostos
ou comungam valores conflituantes, estamos perante um ambiente que dificulta o desenvolvimento
da criança (p.3).
É também
este o entendimento de PEE3, quando
refere: “O envolvimento da família na escola,
(…) é benéfico para os dois
lados (…), isso porque ajuda
os familiares a acompanharem o desenvolvimento
do filho, e a escola se na verdade está mesmo a desempenhar o seu papel” (PEE3,
p.11). Por outro lado, os professores
manifestam o desejo e a necessidade de se estabelecer uma relação família-escola
mais próxima, mas, na opinião destes, a família só se desloca
à escola na eventualidade de existir algum
problema que requer a presença
do pai e encarregado de educação.
Como referido por P5: “(…) a relação seria uma relação de parceria e colaboração, mas só que eles só aparecem quando
têm um problema” (p. 64).
A este respeito,
Dessen e Polonia (2007) consideram
a família e a escola como sendo os dois contextos fundamentais do desenvolvimento
humano nas sociedades contemporâneas.
Desta constatação resulta a
necessidade de se ir estabelecendo políticas conducentes a uma
aproximação entre estas duas
instituições, de modo a que reconheçam
os seus papéis, no tocante aos
processos de desenvolvimento
do ensino e aprendizagem do
aluno e à sua contribuição
nos variados níveis de desenvolvimento
e da sociedade em geral.
Os pais
e encarregados de educação acusam a escola de não se preocupar com a família quando tudo vai bem
da parte do aluno, o que inibe ou
desincentiva o envolvimento da família
no contexto escolar. Caso de PEE3, quando refere:
A escola só convoca quando acontece algo ruim… se o filho não cumpriu
as regras, não fez a limpeza… recebem a bata, recebem a
mochila!…
Agora quando o filho tem êxito,
a escola nunca convocou os pais para dizer olha, aperta o teu filho porque ele é bom, (…) tem vontade…
nunca recebi essa notificação!… E eu me sentiria bem (…), ser convocada e
ouvir que o meu filho é um excelente aluno (p.
13).
Estes resultados estão de acordo com os de Bento et
al. (2016), Oliveira et al. (2010) e
Reis (2008), segundo os quais os principais fatores que interferem no envolvimento
da família no contexto escolar são, segundo os pais, a falta de comunicação, a
atribuição de culpa à família sobre o insucesso escolar do aluno e a chamada
dos encarregados de educação somente quando o filho é indisciplinado.
Na opinião de alguns professores, a escola, na maioria das vezes, toma as decisões sobre os alunos de forma unilateral, estando de acordo
ou não com
a família. As reuniões de pais e encarregados de educação convocadas pela escola têm sido o meio utilizado pela família para influenciar a decisão
da escola através de opiniões. Pelo que os professores
reconhecem a falta de incentivo por parte da escola em promover mais o envolvimento da família no
contexto escolar, conforme relatado por P3, “(…) falta (…) também
do nosso lado, (…) falta ainda
muito para incentivar os pais,
(…) nós também temos (…) que ser mais criativos, (…) melhorar alguns aspetos, que faça com que os pais também venham”
(p. 58)
Quanto à condição económica/financeira e
social das famílias, os professores
julgam ser um fator a ter
em conta, mas não tão
significativo a ponto de influenciar a não ocorrência do envolvimento da família no contexto escolar, pois,
no entender destes, existem
famílias social e economicamente
estáveis, mas que, ainda assim, não se interessam
com o acompanhamento
escolar do filho, muito
menos estabelecem uma relação de proximidade com a escola de seu filho, podendo
os seus filhos apresentar menor aproveitamento
escolar, conforme referido por P5, “os pais de nível social alto são os que têm educandos mais “vaidosos”, (…) quando sabem que têm um
nível social ou económico muito avançado, estes é que têm pouca participação e desempenho na escola”
(p. 66).
P8 reforça:
“(…) há pessoas com uma estabilidade
financeira ou económica muito boa, e que nem querem saber também! (…) isso depende muito, mas é um dos fatores
preponderante que pode favorecer mais ou menos no envolvimento da família na escola”
(P8, p. 82). Estes resultados convergem
com o estudo de Lopes (2014) sobre interação família-escola, feito em duas escolas da capital de Angola
(Luanda), onde identificou que os pais
e encarregados de educação
da classe média-alta, e de
entre estes até os que possuem
formação superior, são os
que menos interagem com a escola. Porém, contrapõem-se aos obtidos pela grande maioria dos
investigadores sobre a problemática da relação família-escola, por exemplo, os resultados obtidos
por Bertan (2007), Eshetu
(2015), Fevorini (2009), Reis (2008), Silva (2003),
Sousa e Pereira (2014), onde os pais de baixo estatuto social e económico foram
identificados como sendo os que menos se envolvem nas ações
escolares dos educandos, apesar da importância que atribuem à escolaridade dos filhos.
Estudo feito por Eshetu (2015) em Dessie Town, Etiópia, no intuito
de analisar a influência da
condição social e económica
dos pais no rendimento
escolar dos filhos, constatou
que os alunos de pais cujo estatuto social e económico é médio
ou alto têm melhor aproveitamento escolar em comparação com os filhos de pais de estatuto social
e económico baixo. De acordo
com Fevorini (2009), “os pais da classe social média não delegam
para a instituição a formação
de valores fundamentais de sociabilidade
à escola” (p. 70).
5. Conclusão
A relação
família-escola é fundamental, devendo
ser aprofundada, pois contribui para melhorar o aproveitamento escolar dos alunos
e o sucesso das instituições
de ensino. O acompanhamento
das atividades escolares dos filhos
em casa, as deslocações das famílias
à escola, assim como as
visitas domiciliárias, previamente agendadas pela escola, constituem boas práticas, que fomentam uma melhor relação
família-escola.
O facto de a
escola não procurar as famílias quando os alunos não apresentam
problemas, desincentiva ou inibe
a iniciativa dos pais e encarregados
de educação, de visitar regularmente as escolas onde estudam os seus filhos. Neste
estudo, reconhece-se a necessidade de a escola se preocupar com as famílias de todos os alunos, incluindo aqueles que não evidenciam problemas de
indisciplina ou de rendimento
académico.
A condição
económica/financeira e social das famílias
é um elemento a ter em conta no estabelecimento
de uma boa relação família-escola. Não constitui, porém, no caso deste estudo, o principal
obstáculo da não ocorrência
da relação família-escola,
no caso das famílias cujo
estatuto social e económico/financeiro
é baixo. A vantagem das famílias com estatuto social e económico/financeiro médio/alto, reside na maior facilidade de deslocação às escolas
dos filhos, e na satisfação mais efetiva das necessidades destes. No contexto onde foi desenvolvido este estudo, constatou-se que, os pais de estatuto social e
económico/financeiro médio/alto,
são os que menos frequentam
ou visitam a escola dos filhos, contrastando com as conclusões da grande maioria da literatura especializada sobre o assunto. Possivelmente, julgam estes pais
e encarregados de educação
que, colmatando as necessidades dos filhos, não precisam
de se deslocar àquele
contexto.
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.
Como
citar (APA): Diambo, F.P.T. & Branco, M.L. (2021). Relação família-escola: perceções de professores e pais/encarregados de educação numa escola pública em Angola. Revista Iberoamericana de
Educación, 85(2),53-71.
https://doi.org/10.35362/rie8523718 |