. https://doi.org/10.35362/rie8513984-
ISSN: 1022-6508 / ISSNe: 1681-5653
Revista
Iberoamericana de Educación (2021), vol. 85 núm. 1, pp. 101-116 - OEI
recibido
/ recebido: 01/07/2020; aceptado / aceite: 10/12/2020
Desenvolver o pensamento crítico em jardim de infância com
e através de recursos digitais
Nídia
Mesquita1 ; Diana Martins1 ; Maria José Gamboa2
1Escola Superior
de Educação e Ciências Sociais e Centro de Estudos Em Educação e Inovação
(CI&DEI); 2Instituto
Politécnico de Leiria, Portugal.
Resumo. O cenário de pandemia e de isolamento social atual desafia os educadores a reinventar modos de agir pedagógico potenciadores do desenvolvimento harmonioso da criança, especificamente através do desenvolvimento do seu pensamento crítico. Neste processo, reconhecidas as potencialidades pedagógicas das tecnologias e recursos digitais e a necessidade de criar ambientes de aprendizagem em rede, envolvendo a criança e a sua família, o educador de infância e a sociedade envolvente, pretende-se no âmbito deste artigo descrever e refletir sobre as implicações pedagógicas inerentes à criação e dinamização de uma experiência vivida com crianças de três e quatro anos, em educação pré-escolar, evidenciando as competências de pensamento crítico a desenvolver. Este estudo assume características investigativas que refletem sobre a ação pedagógica do educador, tendo em conta que se pretende relatar as opções tomadas para potenciar o desenvolvimento de competências de pensamento crítico através do uso de recursos digitais diversificados. O estudo inserido num paradigma de natureza qualitativa demonstrou a relevância do agir educativo reflexivo assente num processo de seleção informada e de construção de recursos educativos que potenciem o desenvolvimento do pensamento crítico da criança, através da exploração pedagógica de recursos disponíveis na esfera digital.
Palavras-chave: pensamento crítico; recursos digitais; agir
pedagógico do educador.
Desarrollar el pensamiento crítico en la educación infantil con
y por medio de los recursos digitales
Resumen. El actual
escenario de pandemia y aislamiento social desafía a los educadores a
reinventar modos de acción pedagógica que potencien el desarrollo armónico de
los niños y las niñas, en concreto a través del desarrollo de su pensamiento
crítico. En este proceso, reconocido el potencial pedagógico de las tecnologías
y recursos digitales, y la necesidad de crear entornos de aprendizaje en red,
en los que se involucren al niño y su familia, al educador infantil y la
sociedad circundante, se tiene por objeto describir y reflexionar sobre las
implicaciones pedagógicas de crear y fomentar una experiencia vivida con niños
y niñas de tres y cuatro años en la educación preescolar, evidenciando las
competencias del pensamiento crítico que deben desarrollarse. Se asumen
características de investigación científica que reflexionan sobre la acción
pedagógica del educador, teniendo en cuenta que pretende describir las opciones
adoptadas para potenciar el desarrollo de las competencias de pensamiento crítico
mediante el uso de diversos recursos digitales. El estudio, que se incluye en
un paradigma de carácter cualitativo, ha demostrado la importancia de una
acción educativa reflexiva basada en un proceso de selección informada y
construcción de recursos educativos que potencien el desarrollo del pensamiento
crítico en los niños y las niñas, a través de la exploración pedagógica de los
recursos disponibles en el ámbito digital
Palabras clave: pensamiento crítico; recursos
digitales; acción pedagógica del educador.
Developing critical thinking in
kindergarten with and through digital resources
Abstract. The current pandemic and social
isolation scenario challenges educators to reinvent pedagogical ways of acting
that enhance the child’s harmonious development, using the development of their
critical thinking. In this process, recognizing the pedagogical potential of
digital technologies and resources and the need to create networked learning
environments, involving children and their families, the kindergarten teacher
and the surrounding society, this article aims to describe and reflect on the
pedagogical implications inherent to the creation and dynamization of an
experience lived with children of three and four years, in pre-school
education, showing the critical thinking skills to be developed. This study
assumes investigative characteristics that reflect on the educator’s pedagogical
action, bearing in mind that it is intended to report the options taken to
enhance the development of critical thinking skills through
the use of diversified digital resources.
The study inserted in a qualitative paradigm
demonstrated the relevance of reflective educational action based on an
informed selection process and the construction of educational resources that
enhance the development of the child’s critical thinking, through the
pedagogical exploration of resources available in the digital sphere.
Keywords: critical thinking; digital
resources; educator’s pedagogical action.
1. Introdução
Num
cenário de pandemia mundial, o isolamento social desafia os educadores à
reinvenção das suas práticas pedagógicas, colocando em foco a relevância de um
agir educativo potenciado pelas tecnologias e pela produção e utilização
pedagógica de recursos digitais.
Reconhecidas
as potencialidades educativas e formativas inerentes à
criação e mobilização pedagógica de recursos digitais, pretende-se, no âmbito
deste artigo, considerar o agir do educador de infância enquanto agente do
desenvolvimento de competências ao nível do pensamento crítico, através do uso
das tecnologias digitais.
A
convicção de que práticas potenciadoras do pensamento crítico abarcam propostas
que levam ao questionamento, à reflexão e à discussão de ideias, constitui o
ponto de partida do educador para pensar, em contexto de jardim de infância, o
agir pedagógico como facilitador do desenvolvimento destas capacidades.
De
forma a perceber como pode a criança ser apoiada, através de diferentes
propostas elencadas em recursos digitais, pelo educador para desenvolver “(…)
uma atitude exploratória e aberta ao mundo e para que construa a sua autonomia
e iniciativa própria (…)” (Marchão, 2016, p. 49), construiu-se a seguinte
questão, que servirá de ponto de partida para este estudo: De que forma o agir
pedagógico do educador, potenciado pelo uso de recursos digitais, pode ser
promotor do desenvolvimento do pensamento crítico das crianças?
A
construção da resposta a esta pergunta de partida far-se-á no cruzamento do
quadro teórico que a sustenta com a dinâmica educativa desenvolvida em contexto
de jardim de infância.
2. Discussão teórica
2.1 Pensamento crítico
e recursos digitais no Jardim de Infância
As
abordagens socioconstrutivistas refletem uma imagem da criança ativa e
participativa na sua aprendizagem. Num contexto de interações e relações, a
criança é vista como um ser competente e
participativo, assumindo um papel de relevo e de membro ativo no grupo social
em que está inserido, uma vez que (…) lê o mundo e o interpreta, que constrói
saber e cultura, que participa como pessoa e como cidadão na vida da família,
da escola, da sociedade” (Oliveira-Formosinho, 2007, p. 27)
Nesta
linha de pensamento, “o reconhecimento da capacidade da criança para construir
o seu desenvolvimento e aprendizagem supõe encará-la como sujeito e agente do
processo educativo (…)” (Silva, Marques, Mata, & Mota, 2016, p. 9), levando
a que seja essencial a valorização das experiências de cada criança com vista
ao desenvolvimento da mesma.
Neste
sentido, importa referir que este papel advém dos direitos que a mesma possui,
que segundo a Convenção
sobre os Direitos da Criança e Protocolos Facultativos (UNICEF, 2019)
são, entre outros: o direito de exprimir a opinião sobre variadas questões; o
direito de exprimir pontos de vista ou ideias, obtendo informação sobre os
mesmos; o acesso à informação e a diferentes materiais expressos através de
diferentes fontes; a promoção do desenvolvimento da personalidade, dos dons e
das aptidões e, por fim, o desenvolvimento da criança de forma holística com
vista à formação de um papel ativo na sociedade.
Construir
diariamente os direitos acima referidos implica uma atitude pedagógica por
parte do educador voltada para a fomentação do desenvolvimento do pensamento
crítico. Efetivamente, “(…) quando o educador assume a (…) escuta e permite
interações ricas e estimulantes, (…) contribui para a
construção de um pensamento mais elaborado e de índole mais crítico” (Marchão,
2016, p. 50).
Pensamento
crítico pode assumir diversas definições, tendo em conta a finalidade da
interpretação do mesmo. Neste sentido, partindo do facto de que este artigo
emerge de um contexto de prática educativa, podemos defini-lo como ‘’(…) uma forma de pensamento racional, reflexivo, focado
naquilo em que se deve acreditar ou fazer’’ (Ennis, 1985, p.46). No entanto,
este conceito não se esgota por esta única definição e segundo Guest (2000), o
pensamento crítico abrange outras características, nomeadamente o caráter
imaginativo e centrado na capacidade de criticar, analisar e contestar
argumentos. Esta análise e contestação resulta da avaliação, caraterística
inata no pensamento crítico, corroborado por Beyer (1984) ao afirmar que o
pensamento crítico assume uma vertente avaliativa, onde se pensa criticamente
acerca do processo que serve de desenvolvimento ao que se faz e aos produtos
resultantes. A capacidade de pensar criticamente, através da reflexão, da
crítica, da contestação e da avaliação é essencial para, como enunciado por
Swartz e Perkins (1990), ser-se capaz de pensar e conhecer melhor o mundo
envolvente e usar esse conhecimento para a resolução
de problemas e a tomada de decisões. Ou característica do pensamento crítico é
a ligação com a criatividade, que se assume como a base da formação deste, uma
vez que, para a criança conseguir pensar criticamente sobre o que vê, ouve e
sente necessita de ser criativa e singular (Lopes, Silva & Morais, 2018).
Neste
sentido, a partir da escuta, dos interesses e experiências das crianças, o
educador deve proporcionar momentos que potenciem o desenvolvimento de
competências de escolha, tomada de decisões, de seleção de informação e “(…) de
competências cognitivas, intelectuais, sociais, expressivas e comunicativas,
não esquecendo que a criança precisa de criar, sentir e pensar em diferentes
momentos, espaços de brincadeira e em outras atividades diversificadas e
intencionais” (Marchão, 2016, p. 50).
As
práticas potenciadoras do pensamento crítico devem abarcar propostas e rotinas
que envolvam o constante questionamento e o espaço para as respostas. Segundo
Marchão (2016), citando Ritchhart, Plamer, Church e Tishman (2006), “estas
questões, colocadas de modo continuado, como uma rotina, levam a criança a
pensar, a refletir e a discutir sobre as questões/problemas e a partilhar com
todo o grupo (…)” (p.51). Da mesma forma, estas práticas deverão ter em conta
os vetores pedagógicos tempo, propostas, recursos e o questionamento, uma vez
que, estes são “(…) indispensáveis para que [as crianças] evoluam na qualidade
do seu pensamento e na afirmação da sua autonomia, na sua capacidade de decisão
e de envolvimento no seu trajeto de aprendizagem” (Marchão, 2016, p. 51).
As
competências enunciadas anteriormente são o ponto de partida para a construção
da criança como sujeito preparado para a sociedade atual, tendo em conta a
premissa de que a criança “(…) está inserida em uma sociedade globalizada e cercada de tecnologias (…), assumindo assim novas formas
de brincar” (Francisco & Silva, 2015, p. 284).
Neste
sentido, é possível referir que as tecnologias, através do brincar, são uma
forma de potenciar o desenvolvimento de competências de pensamento crítico nas
crianças, usando como metodologia o questionamento e tendo como base os vetores
pedagógicos referidos anteriormente.
Os
contactos com as tecnologias, através do uso de recursos digitais, “(…) são um
processo rico na construção de múltiplas aprendizagens” (Teixeira, 2014, p.
20), que privilegiam o papel ativo e participativo das mesmas. Da mesma forma,
“as crianças exploram, pesquisam e manuseiam [estes recursos] sem receios, nem
limitações” (Teixeira, 2014, p. 20) permitindo que as mesmas
desenvolvam capacidades ao nível intelectual, da linguagem, memória e outras.
Por outro lado, a sua utilização permite o encorajamento e a utilização da
imaginação; orienta para o sucesso; atribui às crianças o papel ativo, levando
ao uso de relações, intuições, tomada de decisões e escolhas; permite a
resolução de problemas, leva à cooperação e valoriza a diversidade étnica e cultural (Amante, 2007).
Nesta
ordem de ideias, o educador assume um papel preponderante na introdução das
tecnologias na sala de jardim de infância, uma vez que, deve “saber o que
fazer, quando, como e para quê [sendo] (…) aspetos a
considerar por cada docente, no momento que precede a aplicação dos recursos
educativos digitais, em qualquer contexto de sala de aula/atividades”
(Teixeira, 2014, p. 20). Ponte
(2002b) corrobora o enunciado ao afirmar que “(…) não basta ser capaz de
integrar pontualmente as TIC na prática Pedagógica – é necessário ter uma visão
global do papel que estas tecnologias podem desempenhar em todo o processo
educativo e da respectiva fundamentação pedagógica”
(p.21).
Neste
sentido, as propostas elencadas nos recursos digitais deverão ter como premissa
a ideia da criação de experiências diversificadas para o desenvolvimento do
pensamento crítico, colaborando no processo de aprendizagem das crianças e
permitindo que estas sejam seres capazes de resolver problemas, de forma
racional e criticamente adequada (Vieira, Tenreiro-Vieira & Martins, 2011).
Da
mesma forma, estas propostas devem ser recheadas de momentos potenciadores do
lúdico e da brincadeira, uma vez que, “É por meio da
brincadeira que a criança se constitui sujeito, interage com o meio e com o
outro; dessa forma, a criança se desenvolve e constrói sua identidade”
(Francisco & Silva, 2015, p. 283).
3 Metodologia
No
âmbito das propostas construídas nas práticas pedagógicas em jardim de infância
e num contexto de aprofundamento e reflexão acerca do agir pedagógico do
educador, através das potencialidades de diferentes ferramentas digitais, para
o desenvolvimento de competências de pensamento crítico nas crianças,
considerou-se pertinente relatar reflexivamente a experiência vivida com
crianças de três e quatro anos de idade e evidenciar as competências de
pensamento crítico a desenvolver. Tomou-se como ponto de partida, para além do
contexto vivido durante o isolamento social e a necessidade de atuar
pedagogicamente à distância, a seguinte questão: De que forma
o agir pedagógico do educador, potenciado pelo uso de recursos digitais, pode
ser promotor do desenvolvimento do pensamento crítico das crianças?
O
paradigma de investigação que serviu de base para este estudo é de natureza
qualitativa, de carácter descritivo (Fortin, 1999). Assim sendo, usou-se o
estudo de caso (Amado, 2014). O caso em questão trata-se de um trabalho desenvolvido
no contexto descrito, e assume características investigativas que refletem
sobre a ação pedagógica do educador (Ponte, 2002a), tendo em conta que se
pretende relatar as opções tomadas para potenciar o desenvolvimento de
competências de pensamento crítico através do uso de recursos digitais
diversificados.
A
recolha de dados é feita através de observação direta e participante, tendo
como registo o diário de bordo. Após a formulação de cada proposta, foi
relatada a descrição da mesma e acrescentada uma reflexão didática acerca das
opções tomadas e das respetivas potencialidades para a
promoção do pensamento crítico.
Os
dados foram tratados através da análise de conteúdo (Dias, 2009), tendo como
objetivo a interpretação dos mesmos.
4. Descrição e implementação das propostas
Num
cenário de pandemia mundial, em que o isolamento levou à reinvenção das
práticas educativas, surgiu a necessidade de construir propostas que
promovessem o pensamento crítico nas crianças para serem usufruídas em casa.
“Este cenário tem oferecido uma oportunidade de experimentação de novos modelos
pedagógicos e de novas formas de utilizar os tempos de aprendizagem. Temos
assistido a tempos difíceis de adaptação e inovação, exigidos pelas dinâmicas
de ensino aprendizagem-avaliação deste novo “normal” (…)” (Verdasca et al., 2020, p. 12) que incluem o uso das
tecnologias e dos recursos que pais e crianças possuem em casa.
A
partir da necessidade de trabalhar através das tecnologias, de forma a
“Otimizar a utilização das plataformas de ensino à distância bem como recursos
educativos digitais disponíveis online e eventualmente
desenvolver novas plataformas (Verdasca et al., 2020,
p. 13) surgiu a construção de propostas que tiveram por base o uso de diversos
recursos digitais. Estas foram implementadas ao longo de três semanas, a cada
três dias, usando como meio de comunicação a plataforma Childdiary.
A
base do trabalho a desenvolver com as crianças, nesta nova modalidade de agir,
foi assente em rotinas, de modo a promover segurança e tranquilidade. Da mesma
forma, este trabalho foi feito com e a partir dos pais, mas nunca deixando de
lado a autonomia das crianças. Neste sentido, as propostas foram elaboradas a
partir do brincar, atividade natural e espontânea da criança, e através da
criação de oportunidades interessantes e desafiadoras de aprendizagem (DGE,
2019-2020)
As
propostas foram lançadas aos pais, diariamente até às dez horas da manhã, e
pensadas para serem usufruídas pelas famílias, ou na impossibilidade, só pelas
crianças. Da mesma forma foram idealizadas para terem uma curta duração,
envolverem o uso de materiais do quotidiano e permitir que as crianças
explorassem de uma forma integradora as várias áreas de conteúdo referidas nas
Orientações Curriculares, tendo como partida as Cem Linguagens das crianças
enunciadas por Loris Malaguzzi (Edwards, Gandini & Forman, 2012).
Por
outro lado, de forma a potenciar a participação ativa e o desenvolvimento do
pensamento crítico, estas propostas tinham inerentes a possibilidade de a
criança efetuar escolhas, de tomar decisões, de selecionar informação e de se
desenvolver de forma holística, através da escolha, do criar, do sentir e do pensar.
Neste
sentido, tendo como base a inspiração na abordagem Reggio Emilia (Lino, 2013),
a agência das crianças e os seus interesses, as propostas tiveram como indutor
os animais. Este ponto de partida nasceu do período de observação, da escuta ativa
e consequente análise dos registos de observação e da necessidade de colocar os
animais em relevo nas propostas dirigidas às crianças, como meio de motivação e
necessidade de alargamento das experiências das crianças.
A
partir desta observação, tornou-se pertinente transpor estes interesses para as
propostas desenvolvidas para o meio familiar e cativar as crianças de uma forma
lúdica e mágica, usando os recursos digitais como
meios de promoção do conhecimento e da exploração de diferentes animais. Neste
sentido, foram elaboradas cinco propostas com diferentes animais, recorrendo a
diferentes recursos digitais. Na tabela 1 esquematizam-se as
diferentes propostas.
Tabela 1. Tabela
esquemática das diferentes propostas sugeridas
Proposta |
Indutor |
Recurso Digital |
“Piper,
o passarinho curioso” |
Ave |
“Pipper”
– Curta Metragem do Plano Nacional de Cinema para o Pré-Escolar |
“O
nosso Piper…?” |
Ave |
Art-Builder |
“Faces
Opostas” |
Insetos |
Site
da Fundação Serralves |
“Somos
Curiosos” |
Insetos |
Rádio
Miúdos |
“Yoga” |
Gato,
vaca, tigre e ave |
Programa
da RTP “Yoga para as crianças” |
Fonte: elaboração própria.
De
seguida, apresentamos uma descrição mais detalhada de cada uma das propostas,
de forma a dar a conhecer o trabalho realizado.
A
proposta Piper,
o passarinho curioso, consistia na visualização de uma curta
metragem com o título Piper de Alan
Barillaro, que consta no Plano Nacional de Cinema na Direção Geral de Educação Portuguesa. A proposta foi apresentada às crianças em forma
de convite, sendo que estas eram motivadas a usufruírem da visualização do
vídeo de uma forma descontraída e lúdica, permitindo o envolvimento das
famílias. Assim sendo, a nossa sugestão usou como recurso as seguintes
indicações que constam no diário de bordo:
Bom
dia amigos!!
Esperamos
que se encontrem bem.
Estão
preparados para mais brincadeiras? Hoje trazemos um filme, do plano nacional de
cinema, para verem sozinhos ou acompanhados. Mas têm de ver
com muita atenção!
Terão
de descobrir:
—quem é o Piper?
—o que o Piper vai fazer?
—onde é que está.
Vocês
irão precisar destas informações para as próximas brincadeiras por isso gravem
as vossas respostas usando o telemóvel do pai ou da mãe e depois enviem-nos. Vamos falar sobre isto na próxima reunião do zoom.
Não
se esqueçam, façam pipocas e divirtam-se!!!
A
escolha deste recurso digital assentou na importância da ligação da arte com a
educação, tendo como objetivo “Ampliar (…) o leque de possibilidades de
cruzamento e integração de conteúdos entre disciplinas das diversas áreas científicas
do currículo, no sentido de proporcionar experiências culturais enriquecedoras
aos alunos e às comunidades educativas” (DGE, 2019-2020, p. 3). Da mesma forma,
esta proposta visava a resposta às seguintes questões orientadoras do processo
de compreensão: quem é o Piper?; o que o Piper vai fazer? e onde está o Piper?. Estas questões, didaticamente, assumem uma
importância ao nível da linguagem e da literacia, uma vez que, era nosso
intuito potenciar uma experiência que, para além da compreensão da história,
dava oportunidade aos pais para uma participação mais efetiva, criando um
momento que permitisse o uso da linguagem. Esta ideia partiu da premissa de que
“(…) proporcionar ocasiões para as crianças conversarem é uma das partes mais
importantes da abordagem da aprendizagem pela acção, e não uma perda de tempo
ou distração relativamente a coisas alegadamente mais importantes” (Hohmann
& Weikart, 2009, p. 538). Da mesma forma, estas questões serviram como
ponto de partida para a reflexão e análise da informação acerca das
características do Piper, levando ao desenvolvimento do pensamento crítico e ao
debate de ideias e opiniões na conversa em grande grupo na aplicação ZOOM. Assim, como enunciado por Guest (2000), esta proposta
permitia que as crianças utilizassem a imaginação e a criatividade para
analisar e argumentar sobre o comportamento do Piper.
A
segunda proposta, O
nosso Piper…, tinha
como desafio a recriação do Piper através da utilização da ferramenta digital Art Builder. A aplicação enunciada permite a
criação digital de composições visuais com colagens (de materiais como tecidos,
botões, penas entre outros). Esta foi apresentada de forma a cativar as crianças para o uso do computador
através das artes visuais, usando como recurso as seguintes indicações que
constam no diário de bordo:
Bom
dia, amigos!
Estão
bem-dispostos? Hoje vamos precisar de um computador
para trabalhar como a mãe e o pai fazem no dia a dia. Querem? Peçam ajuda ao
pai ou à mãe e mãos à obra!!
Lembram-se
do Piper? O passarinho do filme que vimos ontem?
Era muito engraçado, não era? Mas bastante
curioso…
Hoje
o desafio é recriarmos o Piper usando um programa que permite a criação de
composições visuais com colagens, de materiais diversos. Não perceberam? Não
faz mal, depois de experimentarem vão perceber tudo!
Não
se esqueçam de nos enviar o resultado final!
Já
agora, lanço-te outra questão: gostas da ideia de usar esta
aplicação? Se pudesses fazias o Pipper usando outro
recurso? Ou de outra forma? Pensa sobre isso e depois falamos na próxima
reunião do ZOOM.
Nota:
Amigos, se não tiverem como ir ao computador façam o Piper em desenho numa folha
branca, com lápis ou canetas. Podem ainda acrescentar outros materiais: acordem a senhora imaginação!
Divirtam-se,
amigos!
Esta
proposta nasceu da premissa de que os computadores permitem uma aprendizagem
pela ação, e que “(…) fazem hoje parte da vida de todas as
crianças, tanto em momentos de lazer (…), como no seu quotidiano (…)” (Silva et al, 2016, p. 93). Assim sendo, a aplicação
Art Builder foi vista como um meio para as crianças utilizarem as
funcionalidades básicas da ferramenta, recorrerem à memória visual das
características do Piper, proporem-se a novos desafios promotores de
aprendizagens e revelarem originalidade nas suas criações gráficas. Por fim,
colocou-se como base desta proposta as artes visuais, uma vez que, “As
diferentes linguagens artísticas (…) são meios de enriquecer as possibilidades
de expressão e comunicação das crianças” (Silva et al., 2016, p. 47)”. Da mesma forma, através
desta proposta as crianças tinham a possibilidade de desenvolver o pensamento
crítico através da avaliação do trabalho realizado por elas no desenrolar da
construção do seu Piper, assim como, a tomada de decisão em relação ao trabalho
a desenvolver ou quanto à possibilidade de o desenvolver de outra forma que não
a sugerida. (Swartz e Perkins, 1990) Estas competências seriam desenvolvidas no
diálogo em grande grupo na reunião através da aplicação Zoom.
Através
da proposta Faces
Opostas, as crianças eram convidadas a conhecer o site da
Fundação Serralves. Esta Fundação tem como objetivo principal a promoção de
“(…) programa de atividades, fruto de um trabalho integrado entre as Artes e o
Ambiente, na qual a partilha e a experiência, são o mote para a promoção da
criatividade, da reflexão e da ação” (Silva, Lapa, Cruz & Tavares,
2019-2020, p. 3). Esta foi apresentada usando como recurso as seguintes
indicações que constam no diário de bordo:
Bom
dia amigos!!
Como se sentem hoje? Felizes?
Esperamos que o fim de semana tenha sido bom.
Hoje
trazemos um desafio diferente. Já ouviram falar da Fundação Serralves? É um
lugar que dá valor às artes, ao ambiente e à sociedade. A Fundação Serralves
tem um site com muitas atividades para as crianças e pensámos que iriam gostar
de realizar uma delas.
Vão
ao link que vos vamos dar e entrem na página da
internet da Fundação. Escolham um dos insetos, imprimam e desenhem a parte que
falta. Podem usar canetas, lápis de cor, lápis de cera ou outro material…
escolham. Se quiserem podem escrever o nome do inseto que escolheram, peçam
ajuda aos pais ou tentem sozinhos.
Se
não conseguirem imprimir, não há problema. Vão à procura de uma revista ou de
um panfleto que tenha insetos e usem. Cortem a imagem, depois cortem a imagem
ao meio, colem essa parte numa folha branca e desenhem a parte que falta.
Não
se esqueçam: usem a Sra. Imaginação e tirem fotografia aos vossos trabalhos. Queremos muito ver!!!!
Divirtam-se.
Pretendeu-se
que as crianças aderissem aos desafios das atividades delineadas pela equipa
pedagógica da fundação, que tinha como objetivo o desenho da simetria dos
animais disponibilizados, e a escreverem o nome do animal escolhido. A decisão
de escolher o site da Fundação Serralves nasceu do facto de este possuir um
“(…) programa de atividades, fruto de um trabalho integrado entre as Artes e o
Ambiente, na qual a partilha e a experiência, são o mote para a promoção da
criatividade, da reflexão e da ação” (Silva, Lapa, Cruz & Tavares,
2019-2020, p. 3), caraterísticas fundamentais na abordagem Reggio Emilia (Lino,
2013) e na definição da imagem da criança, para Loris Mallaguzi (Lino, 2013).
Na
linha deste pensamento, a escolha da atividade Faces Opostas
resultou da necessidade de aliar a área de expressão e comunicação e a área de
conhecimento do mundo de forma integrada. Desta forma, ao nível da matemática,
partindo da premissa de que as crianças são sensíveis às formas e à distinção
das mesmas e que “(…) este processo desenvolve-se a partir da observação e
manipulação de objetos com diversas formas geométricas, de modo (…) a aprender
a diferenciar, nomear e identificar as propriedades (…)” (Silva, Marques, Mata
& Rosa, 2016, p. 80) optámos por fornecer a possibilidade de escolher um
dos insetos (que contêm formas geométricas no seu revestimento) e a desenharem
a parte que falta. Da mesma forma, esta proposta potencia o pensamento crítico
através do desenvolvimento da capacidade de resolver problemas, onde as
crianças são incentivadas a escolherem outra fonte para recolher a imagem que
seria alvo de simetria. (Swartz e Perkins, 1990)
A
proposta Somos
Curiosos foi contruída tendo como base a Rádio Miúdos, rádio
portuguesa. Através de um contacto feito à Radio Miúdos, percebeu-se que era
possível publicar a gravação de uma investigação, feita por cada criança sobre
o animal escolhido na proposta anterior. Assim sendo, as crianças foram
convidadas a investigar e a recolher informações sobre os animais que
escolheram, com vista à gravação de um podcast. Esta foi apresentada usando
como recurso as seguintes indicações que constam no diário de bordo:
Olá
amigos! Bom dia!
Prontos para mais um desafio?
Hoje
trazemos de volta a “Rádio Miúdos” e uma grande novidade. Ao contactar a Rádio
Miúdos percebemos que existe a possibilidade de publicarmos uma gravação
online.
Pensámos
que seria uma boa ideia fazerem uma pesquisa sobre os insetos que desenharam
ontem e falarem sobre o que descobriram. Para tal, peçam ajuda aos pais e
gravem uma faixa de som com as vossas descobertas.
Enviem-nos
e nós encaminhamos para a Rádio Miúdos. As vossas gravações serão publicadas no
programa “Só para curiosos”.
Seria
fantástico conseguir divulgar o que aprendemos e o trabalho que realizámos com
os restantes ouvintes da rádio.
Divirtam-se,
pequenos locutores!!!!!
Nota para os pais: Para as gravações
das crianças serem publicadas necessitamos de uma autorização por escrito.
Enviamos em anexo.
Investir
no contacto com a rádio partiu da premissa de que:
(…) a sua
introdução na educação traz vantagens como o incentivo à leitura e produção de
textos para as emissões, o desenvolvimento da oralidade e da narrativa, a
possibilidade de pesquisa e capacidade de seleção, o uso informado de novas
tecnologias, o fomento de uma capacidade comunicativa e de reflexão crítica e a
criação de uma nova relação entre aluno, professor e comunidade educativa
baseada na troca de informação e conhecimento (Junior e Coutinho, 2008, pp.
104-105).
Esta
proposta tinha como potencialidades para o desenvolvimento do pensamento
crítico a seleção da informação a pesquisar, a reflexão acerca da informação a
utilizar e a tomada de decisão sobre a forma de apresentar a informação no
podcast, contribuindo assim para o desenvolvimento do pensamento crítico,
usando características enunciadas pelos autores de referência nesta temática
(Beyer, 1984; Swartz e Perkins, 1990; Guest, 2000).
Por
fim, a proposta Yoga
consistia na realização de uma atividade motora através do programa Yoga para
crianças, do canal televisivo RTP2. Com esta proposta as crianças eram
convidadas a movimentarem o corpo usando as indicações da personagem principal
do episódio. Esta foi apresentada usando como recurso as seguintes indicações
que constam no diário de bordo:
Bom
dia amigos!
Dormiram
bem?
Como
temos andado a falar de animais, lembrámo-nos que seria uma boa ideia ver uma
aula de yoga orientada por um gato, que nos vai ajudar a libertar o stress.
Nada melhor que esticar o corpo com a ajuda do yoga.
O
desafio de hoje é imitarem as posições de uma aula de yoga da RTP2. Para tal
peçam ajuda aos pais e acedam a este link: https://www.rtp.pt/play/zigzag/p7107/e472394/ioga-para-criancas.
Oiçam,
vejam e imitem.
Já
agora, outra sugestão: o que achas desta ideia de fazeres
movimentos a olhar para a televisão ou o computador? Gostas? Porquê? Ou
gostas mais das nossas atividades na sala? Grava a tua opinião e envia-me,
quero muito conhecer os teus argumentos.
Se
quiserem gravem ou tirem uma fotografia para nós vermos.
Divirtam-se
amigos!!!!
Apostou-se
na realização desta proposta pois é um meio acessível a todas
as famílias, através das operadoras de televisão, como através da
internet e do site da estação de televisão; é também um meio para as crianças
efetuarem exercícios de alongamentos e relaxamento num espaço de casa,
permitindo assim tentar colmatar a ausência da expressão motora ou das
brincadeiras ao ar livre que a instituição proporcionava às mesmas. Com estes exercícios
a criança consegue lidar mais facilmente com a falta de estímulos mas também o
simples facto de praticar alguma atividade física, “(…) favorece também o
crescimento, a forma, a força e a elasticidade corporal e a libertação de
endorfinas a nível cerebral [facilitando também] o relaxamento” (Cordeiro,
2015, p. 434). Da mesma forma, esta proposta potenciava o desenvolvimento do
pensamento crítico ao dar lugar à voz da criança no que concerne à sua opinião
acerca da proposta e das diferenças de esta ser realizada em casa, através da
televisão ou do computador, ou na sala com o restante grupo de crianças (Guest,
2000).
Ao
nível das aprendizagens, como enunciado anteriormente, foi tido em conta a
importância de promover propostas integradoras do currículo. Neste sentido, a
criação das propostas educativas e os desafios que estas integravam visaram a
construção de ambientes de participação facilitadores de aprendizagens nas
diferentes áreas do saber, no entanto, achamos importante realçar aquelas que vão
ao encontro do desenvolvimento do pensamento crítico, das quais destacamos:
reconhecimento, valorização, utilização e análise das tecnologias e das
diversas ferramentas digitais apresentadas; desenvolvimento de competências
essenciais para a resolução de problemas; desenvolvimento de competências que
levem ao uso da imaginação, criatividade e originalidade; promoção da
curiosidade pelo conhecimento do mundo; desenvolvimento da capacidade de fazer
escolhas e de lidar com as mesmas; desenvolvimento da capacidade crítica, entre
outras (Silva et al., 2016).
5. Aprendizagens: da implementação ao pensamento crítico
As
propostas efetuadas ao longo deste período visaram integrar as várias áreas do
currículo e as aprendizagens especificas do pensamento
crítico, com a finalidade de desenvolver a motivação e o interesse das
crianças.
Neste
sentido, de forma a dar voz ao desenvolvimento das propostas, torna-se
pertinente fazer um resumo das aprendizagens das crianças. Por uma economia de
espaço e palavras, assim como, por respeito à privacidade dos dados das
crianças e do trabalho desenvolvido pelas mesmas, iremos explorar apenas a
proposta: O
nosso Piper…, que tinha como desafio a recriação do Piper através
da utilização da ferramenta digital Art Builder (Silva et al.,
2016).
Assim
sendo, começando pelo reconhecimento, valorização, utilização e análise das
tecnologias e da ferramenta digital apresentada, foi possível perceber que as
crianças reconheceram imediatamente o teor da proposta por ser desenvolvida no
computador; conseguiram explorar os diferentes comandos da
ferramenta digital através de ligações entre o que conheciam e o que estavam a
ver e demonstraram a sua opinião em relação à funcionalidade da ferramenta.
Em
relação ao desenvolvimento de competências essenciais para a resolução de
problemas, as crianças conseguiram, através da experimentação e procura na
ferramenta, decifrar os comandos mesmo sem saber ler
(Silva et al., 2016;
Leopoldina et al., 2014).
Em
relação ao desenvolvimento de competências que levam ao uso da imaginação,
criatividade e originalidade e ao desenvolvimento da capacidade de fazer
escolhas e de lidar com as mesmas, as crianças conseguiram produzir singulares
representações do Piper, usando a memória, a capacidade de julgamento, a autoconfiança
em relação ao que estavam a fazer, a resiliência e a sensibilidade estética
(Morais, 2004).
Em
relação à promoção da curiosidade pelo conhecimento do mundo, as crianças
conseguiram nas representações colocar as características físicas principais que
constituem uma ave, assim como alguns elementos do ambiente marinho em que esta
se encontra. Da mesma forma, foi possível perceber nas crianças a capacidade de
interpretação da curta metragem (Silva et al., 2016;
Martins, 2002).
Por
fim, em relação desenvolvimento da capacidade crítica, as crianças conseguiram
avaliar o trabalho realizado no desenrolar da construção do seu Piper, assim
como, tomar decisões em relação ao trabalho a desenvolver ou quanto à
possibilidade de o desenvolver de outra forma que não a sugerida. (Swartz e
Perkins, 1990).
6. Síntese conclusiva
A
questão de partida que serviu de base a este estudo permite concluir que,
através da construção de propostas que envolvam o questionamento, a reflexão e
a discussão de ideias, colocando os recursos digitais, tão presentes no
cotidiano das crianças, como base para o seu envolvimento, o educador pode
auxiliar as crianças no desenvolvimento do pensamento crítico e na aquisição de
aprendizagens holísticas das diferentes áreas do saber.
De
facto, como enunciado por Marchão (2016), as propostas vividas pelas crianças
devem ser recheadas de questões que as levam a pensar sobre o que estão a fazer
e devem permitir o debate de ideias e a capacidade de pensar criticamente. Os
recursos digitais são uma forte aposta para a promoção destas mesmas
capacidades, uma vez que implicam o encorajamento e a utilização da imaginação;
orientam para o sucesso; atribuem às crianças o papel ativo, levando ao uso de
reações, intuições, tomada de decisões e escolhas; permitam a resolução de
problemas, levem à cooperação e valorizem a diversidade étnica e cultural (Amante, 2007).
A
apresentação e reflexão das propostas educativas, que atrás enunciámos, e as
aprendizagens a promover são um exemplo enriquecedor das práticas a adotar pelo
educador de infância. Através delas foi possível
perceber a ligação, num ciclo de ação pedagógica, entre as dinâmicas e
fundamentos da abordagem que servem de base a esta experiência, a construção
das propostas a partir da escuta ativa e dos interesses das crianças, as
aprendizagens integradoras do currículo a promover e as competências de
pensamento crítico a desenvolver.
Da
mesma forma, reconhecendo a omnipresença do digital na vida das crianças e dos
seus educadores, e as características lúdicas das propostas apresentadas,
destacamos a importância de o educador refletir sobre as potencialidades dos
recursos digitais disponíveis e a sua exploração pedagógica integrada, num
paradigma de ludicidade, em ordem à participação e implicação da criança nas
propostas educativas e ao desenvolvimento do seu pensamento crítico.
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Cómo citar (APA):
Mesquita, N., Martins, D. & Gamboa, M. J. (2021).
Desenvolver o pensamento crítico em jardim de infância com e através de
recursos digitais. Revista Iberoamericana de Educación, 85(1), 101-116. https://doi.org/10.35362/rie8513984