La Revista Iberoamericana de Educación es una publicación monográfica cuatrimestral editada por la Organización de Estados Iberoamericanos (OEI) |
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Revista Iberoamericana de
Educación - Número 24
«A conjunção das tecnologias da informação e da comunicação está envolvendo o mundo... em uma potente rede de difusão de conteúdos. A irreversível rapidez das mudanças econômicas está modificando as relações sociais em todos os âmbitos e não parece que vá deter-se ante as portas da escola. A suposta centralidade do conhecimento como variável diretamente produtiva, que configura a chamada economia do conhecimento, põe às instituições educativas sob a incómoda lupa do mercado. E desde o balcão do mercado se afirma que a escola está obsoleta e que há que revisar a função própria da escola, a definição, transmissão e legitimação dos conhecimentos socialmente considerados relevantes»1.
As afirmações de F. Caivano nos situam ao menos ante duas evidencias em relação às tecnologias da informação e a comunicação na educação:
Um breve repasso a algumas das questões pendentes de solução nos mostra, a título de exemplo, as carências que pelo momento limitam a exploração destas tecnologias em todas suas possibilidades, potencialidades e capacidades.
Se as TIC, junto com outras novas tecnologias, estão mudando profundamente a sociedade em que vivemos, não seria mais lógico perguntar-se pelo sistema educativo que necessita essa nova sociedade em lugar de fazê-lo por como utilizar essas tecnologias no sistema atual? Se a resposta ao anterior é positiva, quais hipóteses se podem plantear para definir projectos de novos sistemas educativos?, como realizar a transição?, que condições sociais, políticas e econômicas devem dar-se para produzir uma mudança de tal magnitude e transcendência?
Por um lado, estuda-se às TIC como possíveis instrumentos didáticos e se enfatiza nas habilidades necessárias para a sua eficiente utilização. No entanto, perguntas como: quais são os modelos pedagógicos idôneos ou convenientes para o uso destas tecnologias?, como se introduzem as TIC não somente na aula senão nos currículos do ensino obrigatório?, o que se deve ensinar e como? unicamente obtém respostas provisionais que não se traduzem em medidas concretas de forma generalizada.
Também se pode encontrar bastante literatura que faz referência às necessidades de formar e capacitar aos docentes no uso destas tecnologias. Não obstante, as propostas adolescen sempre das mesmas limitações: não definem o perfil dos docentes que teriam que formar-se/capacitar-se; não incorporam as TIC aos currículos de formação-capacitação; não têm solução ao problema dos tempos de formação em relação com os do desenvolvimento tecnológico.
Como se selecciona uma informação significativa e ajustada às necessidades de cada situação pedagógica? Não esqueçamos que esse processo o realizam hoje em dia distintas instâncias (administrações educativas, editoriais, docentes, pais) e em uns tempos que permitem a procura, compilação, classificação e adequação curricular, posta a disposição e uso de dita informação. Pelo contrário, as TIC permitem ao usuário o acesso directo a uma informação que não tiveram nenhum tratamento para adequá-la às suas necessidades formativas.
Segundo seu relatório ao Conselho e ao Parlamento Europeu, na Comissão Européia « a rapidez das inovações tecnológicas apenas permite que se possa dispor da perspectiva necessária para ter em conta as dimensões organizativa, social e cultural dos usos. Então, contrariamente à rapidez das múltiplas inovações tecnológicas assim como à velocidade com que tudo se converte em obsoleto, o ritmo da evolução da educação é lento». Qual é a solução a este dilema?
Estas são algumas das questões que planteamos aos autores convidados a participar neste número da Revista Ibero-americana de Educação. Naturalmente, nem todas são respondidas, mas as respostas obtidas mostram a possibilidade de encarar a toma de decisões a partir de propostas concretas e fundamentadas na experiência.
Javier Echeverría, recente Prémio Nacional de Ensaio de Espanha, propõe a implantação de um novo sistema educativo no terceiro entorno, que é como denomina ao espaço social que se cria como resultado da ação das tecnologias da informação e das telecomunicações para as interrelações humanas. Logicamente, esse terceiro entorno requer o desenho de cenários educativos que permitam aprender a manejar-se e a intervir no mesmo, sendo necessário contar com uma política educativa específica para o seu desenvolvimento.
O pedagogo peruano León Trahtemberg, opta pelas experiências a pequena escala como fórmula para a procura de respostas satisfatórias aos problemas que planteia a introdução das TIC no âmbito educativo. Para isto se baseia na necessidade de investigar as possibilidades e requerimentos dessas novas tecnologias em situações controladas, antes de postular políticas que poderiam devir em decepções tais como as ocorridas com o rádio ou a televisão.
Uma integração profunda é ao mesmo tempo crítica das TIC nas actividades educativas é o que se planteia como objetivo do seu trabalho João Pedro da Ponte, catedrático e investigador português. Para isto elabora o seu artigo a partir da análise que realiza sobre a influência das novas tecnologias na sociedade atual e na escola. O trabalho se completa com um exame das consequências que a introdução das TIC está tendo na profissão docente, e com a apresentação de alguns programas de formação inicial e contínua de professores que incorporam uma perspectiva tecnológica.
J. Luis González Yuste, do Gabinete de Comunicação da Universidade Autónoma de Barcelona, reivindica um planteio educativo que recupere o tratamento pedagógico e didático destas tecnologias. Para isto postula o abandono de enfoques tecnicistas e a superação dos desajustes-resistências à mudança que tradicionalmente bloquearam a integração das TIC nos processos educativos.
Margarita Almada de Ascencio, da Universidade Nacional Autónoma de México faz referência aos novos papéis que desempenham os profissionais de informação em relação a sua colaboração em projectos multidisciplinares de educação e na educação permanente, à universidade do futuro e ao papel das bibliotecas digitais na educação presencial, à distância e virtual.
A seção monográfica se encerra com um artígo do professor argentino Horacio Santángelo, das Universidades Tecnológica Nacional e de Mar del Plata. Nele tenta responder ao interrogante sobre a necessidade de pensar nos modelos pedagógicos quando se tomam decisões sobre as TIC, especialmente em educação a distância. A resposta vem dada através de uma proposta de ação formativa a distância, na qual se apresentam tanto o componente tecnológico necessário para o seu desenvolvimento como o modelo pedagógico que dá sustento à mesma.
A seção Outros Temas recolhe nesta oportunidade uma valiosa aportação de um significativo grupo de académicos ibero-americanos. A partir das contribuições da investigação educativa, realizam uma análise da situação de formação do professorado de ciências nos níveis de ensino de primeiro e segundo grau nos nossos países. Daqui surgem as bases para a formulação de propostas que permitam impulsar a renovação curricular.
Como sempre, o número se completa com a seção Documentos, que nesta oportunidade reproduz a declaração da última Cume Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, e com as habituais resenhas das Novidades Editoriais recentemente chegadas a nossa redação.
Roberto Martínez Santiago
1 Caivano, Fabricio: «Notas ingenuas para una utopía educativa». El País, 25/ 09/2000.
2 Ibid.
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