La Revista Iberoamericana de Educación es una publicación editada por la OEI 

 ISSN: 1022-6508

Está en: OEI - Revista Iberoamericana de Educación - Número 31

Inicio >>

 Versión impresa

  Último número

  Números anteriores

  Números próximos

  Índices

 Secciones

  De los lectores

  E + I

  Investigación

  A fondo

  Debates

 Servicios

  Suscripción

  Colaboraciones

  Tablón de anuncios

 Recursos

  Otras revistas

  Biblioteca digital

  Convocatorias

  Publicaciones OEI

 Créditos

 Contactar

 

 Número 31: Enero - Abril 2003 / Janeiro - Abril 2003

Educación básica / Educação básica

  Índice número 31 

Introdução

Roberto Martínez Santiago

Este número da Revista Ibero-americana da Educação propõe uma observação – pontual e necessariamente incompleta – sobre algumas das questões que podem ser significativas para animar o debate que serve de cenário à definição de políticas públicas sobre a educação básica. Portanto, está muito longe de nossa intenção pretender um tratamento exaustivo de todos os temas que compõem a realidade da educação básica na Ibero-América. Em todo o caso, tratando deste tema esperamos chamar a atenção sobre as dificuldades que os sistemas educacionais deverão enfrentar, pela complexidade e dimensão que vai adquirindo a educação básica quando ainda não se têm resolvidos os principais problemas que a caracterizam.

Não podemos ignorar que tal realidade é a forma que hoje adota a resolução temporal das tensões que historicamente têm como cenário as relações entre as demandas sociais e as possibilidades de satisfazê-los por parte dos sistemas educacionais.

Talvez este seja o motivo pelo qual o mesmo conceito de educação básica tem estado refletindo parcelas cada vez maiores do processo educacional. Da capacitação para a expressão oral e escrita e o cálculo elementar até a promoção de uma vida saudável, o exercício da cidadania e da vida em democracia, a idéia de educação básica parece haver marcado o ritmo de resposta (ou de proposta) que os sistemas educacionais têm dado aos desafios de desenvolvimento humano.

Esta expansão não parece haver encontrado seus limites. A prática de conceitos como «educação para todos» e «educação durante toda a vida» nos situam diante da necessidade de rever o significado do conceito de educação básica. A partir de agora não será possível ignorar as necessidades educacionais de alguns grupos de adultos que não alcançaram as capacidades que se propõem para as novas gerações. Considerando os resultados positivos obtidos pela educação inicial, tampouco se poderá ignorar o direito dos grupos envolvidos para que essas práticas cheguem a ser consideradas como parte irrenunciável da educação básica. Estes são somente dois exemplos das dificuldades citadas acima.

Ese tipo de processo pode ser entendido, uma vez mais, como causa ou como efeito de mudanças nos paradigmas sociais, mas, em qualquer caso, têm conseqüências sobre os próprios sistemas educacionais e sobre as políticas que terão de ser adotadas para resolver os novos desafios.

Por um lado, questões como o incremento do risco de perda da (pouca) qualidade e o aumento da (muita) ineqüidade existentes; a redefinição do papel social da escola, e, particularmente, da educação básica e os próprios fundamentos do modelo educacional vigente passam a ser questões que deveriam ocupar a atenção dos atores educacionais e de toda a sociedade que considere a educação como elemento de coesão, de desenvolvimento, de justiça social e de outras questões positivamente valorizadas.

Por outro lado, o debate se amplia para abarcar os instrumentos de políticas públicas. Reformas educacionais, medidas fiscais, mudanças na participação do setor nos orçamentos, programas sociais, promoção da iniciativa privada, cooperação internacional, incentivos aos docentes são só algumas das propostas que as administrações públicas colocam em prática e que passam a formar parte dos estudos, críticas, apoios ou repúdios dos que são conscientes da importância do que está em jogo.

Tais mudanças, suas conseqüências e as práticas que delas se derivam, parecem ser registradas no território dos sistemas nacionais. Porém, hoje sabemos que nenhuma situação que aconteça dentro de um sistema local está isenta das influências de outras experiências, teorias ou políticas que ela mesma desenvolverá, a menos que alcance os circuitos de validação e de difusão próprios dos espaços globalizados.

A propósito de tais temas, nos propusemos a apresentar o conteúdo da sessão monográfica do presente número. Sobre algumas destas questões, vistas a partir da perspectiva das experiências nacionais ou da «globalidade» ibero-americana, tratam as análises, as propostas e as opiniões dos autores convidados.

Essa posição afastada da problemática local permite a Fernando Reimers estabelecer a relação entre o êxito escolar e o que ele chama «o bom ensino», definindo, desde o inicio do seu artigo, um dos desafios que devem ser enfrentados para que esta relação alcance seu ótimo grau. Diz Reimers: «Concentrar-se no bom ensino, porém, requererá substituir um ideário equivocado que tem dominado os que tomam decisões de política educacional, assim como entre as agências de desenvolvimento e de cooperação internacional».

Susana Decibe, a partir de sua experiência como ex ministra de Educação da Argentina, concentra sua atenção às questões pendentes de solução ou de melhoria. Para ela, os processos de reforma empreendidos durante a última década do século xx ficaram sem conclusão, e faz-se necessário retomá-los ou aprofundar-se neles para alcançar os objetivos previstos. O problema pode estar na vontade política necessária para enfrentar os custos que poderia gerar a adoção das medidas a que se propõem.

Também são as reformas educacionais, neste caso, as que puseram em prática tanto a administração central como a de alguns Estados federais do Brasil, as que permitem a Rudá Ricci realizar una detalhada comparação dos modelos propostos a partir de âmbitos anglo-saxões e asiáticos com os provenientes de países latinos. Não ficam fora da análise as conseqüências que continuam tendo na diferente forma de entender as realidades sobre as quais devem atuar os governos locais e nacionais.

Entre as questões que a educação básica têm de observar, a da atenção e a da integração de grupos minoritários estão ocupando um lugar destacado na preocupação das autoridades educacionais. Para alguns sistemas, a incorporação às escolas de importantes contingentes de alunos provenientes de outros países é uma situação inovadora a que estão respondendo com políticas específicas. Maria Antonia Casanova informa em seu artigo sobre as medidas adotadas pela Comunidade de Madri para tratar essas coletividades e todos aqueles que, por suas características particulares, compõem o que a autora chama de uma sociedade de «diferentes».

Se for certo que as questões locais refletem a influência dos processos globais, a responsabilidade sobre suas conseqüências não pode ficar limitada aos diretamente afetados. É desejável que a comunidade internacional, sob certas condições, coopere em apoio daqueles. Abundando nesse sentido, a seção monográfica termina com a reprodução de uma exposição da secretaria geral adjunta da OEI, María Rosario Fernández Santamaría, sobre a situação da educação básica na Ibero-América e os desafios que apresenta para a cooperação internacional.

O número se completa com a interessante seção de Outros Temas, que ao incorporar dois trabalhos oferece uma maior variedade temática nos conteúdos da Revista.

Juan Carlos Jurado aborda, de maneira exploratória, diferentes fatores que têm possibilitado que, na sociedade contemporânea, as crianças e jovens tenham irrompido nos cenários da vida pública como os «reis do lar», dando lugar à criação de um novo campo de ação para a educação, dirigido a esta faixa da população que conseguiu maiores graus de autonomia cultural em relação aos adultos para definir suas formas de aprender e de socializar-se.

Com um ensaio baseado no pensamento, Hannah Arendt, Sabina Barone e Pablo Mella desenvolvem a noção de ação educacional, destinada a meditar sobre a educação em nossos dias. «Pensar sobre a educação – dizem – não é o mesmo que defender um entre os vários paradigmas pedagógicos conhecidos ou desenhar propostas técnicas de planejamento institucional». Este contexto teórico serve a seus autores para traçar as possibilidades da instituição educacional a respeito da consecução de uma «sociedade do pensamento», a qual supera a informação ou o conhecimento.

Para finalizar, o número oferece suas habituais resenhas de livros e de revistas.


  Subir 

  Índice número 31 


Principal de la OEI

Inicio >>