Apresentação
Este segundo volume da rie dedicado à Educação
para o Desenvolvimento Sustentável (eds), tem a pretensão
de não limitarse a ser o que contenha os artigos que, por
razões de espaço, não foram publicados no número
anterior. Isso significa que o que hoje apresentamos encontre sua
razão de ser e sua identidade no próprio conteúdo
e na idoneidade e representatividade que têm seus autores
sobre o assunto.
Também se propõe como resposta tangível a
alguns questonamentos a respeito das capacidades para enfrentar
com sucesso a ciclópica tarefa de contribuir para construir
o caminho para o Desenvolvimento Sustentável desde a Educação.
Por último, este número coloca algumas novas dúvidas
sobre os termos nos quais se produz a relação entre
educação e desenvolvimento, sua evolução
histórica, suas características regionais, assim como
as possibilidades presentes e futuras e os requerimentos de mudanças
mais gerais que servam de contexto para este tipo de proposta.
Para tudo isso contamos com a colaboração de um
grupo de destacados profissionais e de professores, coordenados,
como no número anterior, por José Gutiérrez
e Javier Benayas. Nesta oportunidade preferimos que seja a própria
palavra dos expertos convocados a que nos introduza no conteúdo
da Revista.
Modelos teóricos contemporâneos e marcos de fundamentação
da Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável.
As análises desenvolvidas neste artigo evidenciam que a Educação
Ambiental (ea) que se promove e que se leva a cabo na atualidade,
não tem uma manifestação única, nem
se ajusta a um protótipo exclusivo de intervenção
educativa... Uma revisão dos modelos ao uso e dos marcos
de fundamentação nos quais se sustentam as intervenções
se apresentam e se discutem neste trabalho, cujos autores são
José Gutiérrez Pérez e Teresa Pozo Llorente.
Alguns elementos do processo de construção da
Educação Ambiental na América Latina.
Na América Latina, a ea recorreu um processo intenso de debates
e de contribuições ao longo das últimas quatro
décadas. Assim, a Educação Ambiental latino-americana
foi se construindo a partir das experiências da educação
popular, da educação comunitária e participativa,
e da educação ecológica ou conservacionista,
segundo a opinião de quem escreve este artigo, Eloísa
Tréllez.
A Educação Ambiental e a Globalização:
desafios curriculares e pedagógicos. Em que se encontra
afetada a educação pelo estranho «tsunami»
da globalização? Que desafios curriculares e pedagógicos
suscita? Mais especificamente, como pode contribuir a educação
ambiental a situarnos melhor em relação com este fenômeno
da globalização planetária? Estas dúvidas
são as que coloca Lucie Sauvé.
A geometria da Educação para o Desenvolvimento
Sustentável, ou a impossibilidade de uma nova cultura ambiental.
O trabalho cultural reservado à educação
como resposta à crise do ambiente e do desenvolvimento humano,
na perspectiva da eds, esquece que não é possível
criar uma «nova cultura ambiental» sem uma «nova
sociedade», tal como opinam Pablo Meira e José Antonio
Caride.
Como nos pode ajudar a perspectiva constructivista a construir
conhecimento em Educação Ambiental? É
significativo que nos documentos de ea encontremos uma situação
tão caótica quanto a que significa educar, pois dito
termo se associa a aspectos tão díspares como informar,
persuadir, sensibilizar, conhecer, divulgar, conscientizar, comunicar,
formar, capacitar, participar, investigar, avaliar, ensinar, desenvolver,
etc., sem que esteja nada claro a que modelos de aprendizagem nos
referimos em cada caso. Tal é o problema que colocam Eduardo
García e María Isabel Cano.
Educação Ambiental e/ou Educação
para o Desenvolvimento Sustentável? Uma análise centrada
na realidade portuguesa. A ea não pode deixar de considerar
três aspectos essenciais, estreitamente interrelacionados:
as vantagens e as deficiências que, até este momento,
a caracterizaram; as exigências surgidas pela profunda crise
que abate o nosso mundo; e o debate sobre a emergência da
eds e das eventuais interrelações entre estas duas
perspectivas educativas. Este é o tema escolhido por Mário
Freitas.
O número se completa com as habituais seções
de «Documentos» e de «Novidades Editoriais».
Roberto Martínez Santiago
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