La Revista Iberoamericana de Educación es una publicación editada por la OEI 

 ISSN: 1022-6508

Está en: OEI - Revista Iberoamericana de Educación - Número 49

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 Número 49: Enero - Abril / Janeiro - Abril 2009

Educación: futuro en construcción / Educação: futuro em construção

  Índice número 49 

Apresentação

A planificação inicial da seção monográfica do presente número respondia a dois propósitos de distinta, embora convergente, ordem. O primeiro, um objetivo institucional: pretendia acompanhar a prática da iniciativa da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (oei)1, que tenta definir as metas educativas para a Íbero-América com o horizonte no ano 2021. O segundo propósito, mais ajustado à linha editorial que a rie vem mantendo, propunha um exercício de prospectiva que permitisse oferecer aos leitores uma seleção representativa de uma teoria imaginária sobre o futuro da educação, em médio prazo, em nossa área de atividade.

A resposta a essa convocação resultou numa quase inesperada – embora bem-vinda – contundência. A indubitável representatividade e contrastada experiência dos autores que se interessaram por nossa proposta põe de manifesto a necessidade do debate aberto em torno ao futuro, esperado e esperável, da educação ibero-americana e a oportunidade e pertinência do projeto da oei.

Por outra parte, o tratamento que esses especialistas realizaram mostra-nos a conveniência de desertar de propostas que não levem em consideração os elementos tanto históricos como atuais, que dão sentido e concretizam a realidade educativa da qual se parte na busca daquele horizonte que, como tal, resultará utópico de necessidade.

Os autores vêm nos dizer, a partir de cada uma de suas formas de ver e de interpretar esta realidade, que a educação, como toda atividade humana, é devedora de seu passado e que seu porvir está escrito na base do seu próprio presente. Mas também nos recordam, com alguns exemplos, que os diferentes componentes desse presente, e sua evolução, serão alguns dos elementos que darão forma e conteúdo à educação de amanhã.

Longe de toda intenção determinista, os autores consideram que o fator ao redor do qual seguirá se desenvolvendo o processo educativo e sobre o qual descansa a responsabilidade na construção da «educação para a geração dos bicentenários» é a intervenção humana (política, ética, pedagógica, econômica, etc.).

Não vale, nesta tarefa, o uso indiscriminado da oca imaginação ou da irreal construção de inconsistentes fantasias. Trata-se, em todo caso, de projetar, sobre uma definida temporalidade, os possíveis e desejáveis estados de uma realidade educativa imersa nos respectivos processos históricos dos quais faz parte, e cristalizada unicamente pela tecnologia aplicada à sua análise transversal.

Por outro lado, os artigos que compõem a seções «Outros temas» são um exemplo apropriado de uma das características que definem as publicações científicas: a incerteza sobre a disponibilidade de trabalhos que, por seu interesse e qualidade, tornem inescusável a obrigação de sua publicação. Esta característica se combina com o inconveniente de que nem sempre coincide no tempo editorial, suficiente quantidade de material que responda a esses critérios.

Nesta oportunidade produziu-se esse tão almejado fenômeno, permitindo-nos oferecer aos leitores quatro artigos que, além de seu interesse temático e sólida elaboração, contam com o respaldo da firma de autores de reconhecido prestígio nos respectivos âmbitos acadêmicos em que atuam.

Assim, a partir da psicologia social, Maria de La Villa Moral propõe e analisa a tese de que as escolas são um sintoma do aparente mal-estar que produz a contradição e falta de correspondência existente entre uma instituição da modernidade e os alunos, como indivíduos de uma sociedade de condições pós-modernas.

Begoña Gros e Pablo Lara pesquisam sobre o conceito de «inovação» no âmbito da formação na educação superior e o fazem a partir do modelo adotado pela universidade em que atuam profissionalmente.

O artigo de José Penalva vem questionar que o discurso da educação emocional, que se impôs como um complemento superador do excesso cognitivista na teoria da educação, suponha uma resposta satisfatória à complexidade antropológica e às necessidades educativas do ser humano.

Não basta com que uns conteúdos e situações de aprendizagem dispostos em classes on line sejam «assistidos», devem ser operados individual e coletivamente para que levem implícitos, entre outras, possibilidades de interatividade entre os atores. Desta premissa Marco Silva e Edméa Santos constroem sua exposição sobre o desenho didático da educação online.

As já habituais Recessões da seção «Novidades editoriais», completam um número que espera participar positivamente do processo de construção da educação, do qual tomou emprestado seu título.

Até a próxima.

Roberto Martinez Santiago

 

Notas

1 O projeto tem como título «Metas educativas 2021: a educação que queremos para a geração dos bicentenários».


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