La Revista Iberoamericana de Educación es una publicación editada por la OEI 

 ISSN: 1022-6508

Está en: OEI - Revista Iberoamericana de Educación - Número 51

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 Número 51:: Septiembre - Diciembre / Setembro - Dezembro 2009

Escuela y fracaso. Niveles y territorios
Escola e fracasso. Níveis e territórios

  Índice número 51

APRESENTAÇÃO

No número anterior da Revista abordamos o estudo de um tema crucial para o futuro dos sistemas educativos atuais: o fantasma do «fracasso escolar». Como dizíamos na introdução, a expansão escolar provocou o efeito contrário de criar um novo tipo de exclusão educativa, que contribui para incrementar o risco de exclusão social. O sucesso escolar e seu reverso, o fracasso, tornaram-se, como consequência, objeto de análise e de debate, muitas vezes apaixonado.

Dada a importância que adquiriu este assunto, confirmada ademais pelo significativo número de contribuições recebidas, pensamos que é conveniente conceder-lhe mais espaço em nossa revista, dedicando-lhe um segundo volume. Mas, ao mesmo tempo, queremos que cada um destes dois números tenha coerência em si mesmo, como é nossa norma.

Por este motivo, se o número precedente se dedicou primordialmente à análise das hipóteses e das circunstâncias do fracasso escolar, o presente número centra-se no estudo dos diversos níveis e territórios. Dito de outro modo, o leitor encontrará na parte monográfica deste volume um conjunto de trabalhos que analisam a realidade do fracasso escolar tal como se apresenta ao longo dos sucessivos níveis do sistema educativo e ao longo da geografia ibero-americana. Não pretendemos cobrir todo o leque de níveis e países. Teria sido uma ousadia por nossa parte pretender fazê-lo. Mas penso que podemos apresentar uma seleção relevante de perspectivas, capaz de oferecer um panorama suficientemente diversificado e detalhado.

O primeiro artigo, de Gloria Ofelia Aguado, Angel Martín Aguilar Riveroll e Nelsy Nictehá González Puch, serve de conexão com o número anterior, ao abordar uma questão que tem caráter geral: as representações sociais e seu impacto no fracasso escolar. As representações sociais são definidas pelos autores como instrumentos de mediação social e cultural que regem as relações sociais, o que resulta plenamente aplicável ao universo da escola. Os diferentes atores que nela se desenvolvem – especialmente os estudantes e o professorado – constroem suas representações sobre si mesmo, sobre os outros e a instituição, que influem em sua atuação ao constituir um modelo ideal de relações sociais. Em consequência, isso implica no desafio de utilizar tais representações para aperfeiçoar a tarefa escolar. A análise geral complementa-se com algumas reflexões sobre o problema da deserção no contexto mexicano.

O segundo artigo, de Concepción Sánchez Blanco, adota a situação espanhola como contexto de referência, embora inclua observações sobre outros países da região. Seu foco está posto na educação infantil, etapa que recebe diversos nomes na América Ibérica e que atende aos menores de seis anos. A autora dedica atenção especial ao tema geral desta etapa, destacando a concepção de compensação das desigualdades de origem que se lhe outorga e sua tradução em termos curriculares. Sua tese central consiste em que a prevenção do fracasso escolar exige o desenvolvimento de projetos emancipadores que contribuam para construir democracia. Desse modo, uma escolaridade precoce, crítica, contribuirá para evitar a exclusão e a construção de relações orientadas à eliminação de todo tipo de discriminações, coações e relações de dominação entre os sujeitos e a construção de um projeto emancipador comum para toda a infância.

O artigo de Valentín Martínez-Otero Pérez centra-se na etapa da educação secundária, onde, habitualmente, manifesta-se mais agudamente o fenômeno do fracasso escolar. O autor aborda o estudo do fracasso a partir de uma perspectiva pedagógica, oferecendo uma definição que gira em torno das variáveis principais: uns resultados insuficientes e umas qualificações escolares negativas. Sua contribuição central consiste em analisar os fatores mais destacados que influem no rendimento escolar, distinguindo entre eles os pertencentes ao âmbito pessoal, ao âmbito familiar e ao âmbito escolar/social. Ao mesmo tempo, propõe algumas sugestões sobre como melhorar o processo educativo dos estudantes.

O trabalho de Marta Romero Ariza e Miguel Pérez Ferra está dedicado à etapa universitária, adotando neste caso uma perspectiva espanhola, caracterizada pela circunstância atual de incorporação ao Espaço Europeu de Educação Superior. O funcionamento de novos planos de estudo, que incorporam o conceito do crédito acadêmico, baseado no tempo de trabalho autônomo que o aluno deve desenvolver, supôs uma mudança importante na função e no trabalho do alunado e dos docentes. Perante esta situação, os autores se perguntam sobre a motivação por aprender que devem desenvolver os estudantes e os fatores que contribuem para desenvolvê-la, especialmente aqueles que têm que ver com o ambiente em sala de aula e com a atuação do professor.

Álvaro Rodrígez Akle e Luis Alfredo González Monroy estudam o caso do Caribe colombiano a través de duas pesquisas centradas em suas respectivas instituições educativas. Seu ponto de partida consiste em que a deserção e o fracasso escolar não podem reduzir-se a um fenômeno estatístico, pelo contrário, só pode ser entendido a partir de uma perspectiva global que contemple as expectativas próprias dos estudantes, em seus contextos naturais e socioculturais. Consequentemente, o problema do fracasso escolar deve ser abordado mediante um pensamento sistêmico, crítico e complexo que leve em consideração o contexto sociocultural e as necessidades reais de educação das comunidades. Para a sua prevenção, os autores prestam uma especial atenção à liderança formativa nas instituições educativas.

O artigo de Maria Figueiredo também se dedica à etapa da educação secundária, adotando neste caso uma perspectiva portuguesa. A autora apresenta uma pesquisa de caráter quantitativo, baseada na aplicação de três questionários num grupo de professores portugueses dessa etapa educativa. O elemento mais destacável destes instrumentos consistiu num conjunto de perguntas e apreciações sobre a satisfação dos docentes com a sua profissão. A análise realizada põe de manifesto, de uma parte, a relação entre a satisfação profissional e a satisfação com o conjunto da própria vida e, de outra, o grau destacável de insatisfação que se detecta entre o professorado, o que afeta negativamente o sucesso escolar dos estudantes.

No último trabalho da seção monográfica, Andrea Brito analisa a ideia que os professores têm de seus alunos na escola secundária. A autora questiona os motivos que conduziram a um crescente fracasso nesta etapa, num processo paralelo à sua expansão. Para buscar resposta à sua pergunta, ela analisa um recente estudo realizado na Argentina sobre a opinião que os professores têm sobre seus alunos. De acordo com os dados manejados, ela considera que a persistência de uma imagem do bom aluno, caracterizada basicamente pelo esforço e a dedicação ao estudo, em um cenário escolar homogêneo, resulta um elemento de grande peso nas expectativas dos professores. No entanto, a realidade mostra-lhes outro quadro, e, sendo assim, a situação torna-se problemática, pondo em questão as estratégias docentes e servindo de sustento ao fracasso escolar.

O número inclui quatro artigos na seção Outro Temas. Juan Carlos Orozco Cruz, Alfredo Olaya Toro e Vivian Villate Duarte analisam o conceito de qualidade da educação, a partir de um trabalho realizado na Colômbia. Concretamente eles discutem as diferenças que existem entre os conceitos que se situam na ótica da política educativa e os que levam em consideração os contextos educativos locais e regionais e as experiências institucionais. Destacam o caráter polissêmico do conceito e os desafios que suscitam na atualidade para elaborar propostas que promovam a construção responsável de uma democracia participativa e inclusiva, como resultado de uma ação em que os diferentes atores desenvolvam seus interesses, plasmem suas expectativas, comprometam seus esforços e estabeleçam os alcances de seus compromissos e responsabilidades.

Rosa Vázquez Recio analisa a importância que adquire o tempo nas tarefas de direção. Perante uma concepção institucionalizada do mesmo, baseada no cômputo do tempo dedicado às diversas tarefas que os diretores levam a cabo, ela propõe uma análise centrada no conceito do tempo como ação. Isso lhe permite pôr a ênfase na complexidade e na problemática do tempo da ação diretiva em meio da trama de tempos em que se desenvolve, o que lhe permite falar do caráter multidimensional e pluritemporal desse tempo particular.

Por sua parte, Vivian González Maura aborda um momento de especial importância e dificuldade no itinerário pessoal dos jovens como o da escolha da carreira profissional. Após analisar em que consiste escolher responsavelmente uma profissão, ela analisa a importância da tarefa que nesse processo desempenha a orientação vocacional, a partir de sua experiência na Universidade de Havana. Nesse processo destaca-se especialmente a importância do desenvolvimento da autodeterminação e a conduta exploratória.

Finalmente, o artigo de Josep Lobera analisa o papel que a educação desempenha na mudança e na reprodução social, tendo em conta que pode atuar em ambas as direções, em boa medida em função das características da sociedade em que ela se encontra inserida. O autor propõe a utilização de dois pares de aproximações ao fato educativo: restrição versus extensão do acesso e transmissão versus comunicação do conhecimento. A partir deles realiza três análises complementárias de outras tantas situações, simbolicamente qualificadas como dos bruxos (perspectiva restritiva), dos reis (perspectiva baseada na transmissão) e dos filósofos (perspectiva comunicativa).

O número completa-se com as seções habituais de recensões e novidades editorias. Esperamos que o leitor desfrute da leitura dos diferentes trabalhos que compõem o volume. O tema tratado merece.

Alejandro Tiana Ferrer

 


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