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Nesta ocasião a Revista Ibero-americana de Educação (rie) tem como propósito refletir e acompanhar o desenvolvimento notável que a avaliação vem experimentando nas últimas décadas, a centralidade que tem adquirido na agenda educativa e as múltiplas demandas e desafios que ainda restam por atender e resolver.
Esta realidade, sem dúvida, desafiante, vê-se refletida nas contribuições recebidas que, ademais de serem, em cada caso, muito valiosas, compõem um conjunto policromo que manifesta com eloquência a procura e a exploração de novos modelos, enfoques, formatos, espaços e ferramentas que permitam uma melhor aproximação e análise da problemática educativa.
Os artigos que se apresentam permitem identificar a complexidade do problema da avaliação, a amplidão do espectro de suas preocupações e a necessidade de promover tanto a produção de conhecimentos na área como a inovação nas práticas orientadas à melhoria de todos os níveis e âmbitos do sistema educativo.
Neste sentido, o conteúdo da presente edição combina reflexões conceituais, pesquisas recentes e experiências valiosas que se ocupam, ao mesmo tempo, tanto de novas temáticas e objetos de preocupação da avaliação quanto de indagar sobre formatos e propostas metodológicas renovadas para a área.
Integrado por doze artigos, este número da rie inicia seu percurso com a contribuição de Vallejo e Molina que propõem uma revisão teórica e uma contribuição conceitual sobre os princípios que fundamentam a noção de autêntica avaliação. Em segundo termo, os trabalhos de Gandum e Presumido, e Porta centram sua preocupação no nível inicial e na procura de recursos metodológicos que permitam valorizar de maneira mais adequada os resultados das intervenções pedagógicas.
Na área da formação docente, um âmbito de preocupação recorrente nas agendas educativas, D’Angelo e Rusinek sintetizam as principais contribuições metodológicas da avaliação externa de um programa de formação permanente do professorado. Díaz, por sua parte, indaga sobre a avaliação de habilidades socioemocionais em docentes e alunos e sua contribuição aos planos de formação docente. No terreno das instituições de nível secundário, Araiza e outros oferecem os resultados de uma experiência de aplicação de padrões para a avaliação da gestão diretiva em escolas secundárias de um estado do México.
No âmbito da educação superior universitária o trabalho de Puerto e Seminara propõe, já desde o título, uma interrogante provocadora que põe de manifesto a procura de novos formatos e modelos de avaliação. García-González, por sua parte, apresenta os resultados de uma experiência de avaliação de alunos universitários, cuja particularidade é ter sido planejada e implementada em um entorno virtual a partir da utilização de uma rede social em linha.
O desenvolvimento e a instalação de políticas de incorporação das tecnologias da informação e da comunicação (tics) no âmbito educativo promoveu a emergência de um novo objeto de ações de avaliação, ponto no qual se apresentam duas contribuições. Vivanco enfatiza a necessidade de conceber os processos de avaliação de modo dinâmico, de modo a permitir acompanhar adequadamente o planejamento e a implementação das mencionadas políticas em educação. Toranzos e outros apresentam uma iniciativa de ibertic destinada a promover e acompanhar processos de autoavaliação dos projetos de integração de tics nas instituições educativas.
Finalmente, apresentam-se duas valiosas e singulares contribuições. Na primeira delas, Cabra-Torres propõe uma reflexão sobre a avaliação como atividade social e sua contribuição na formação para a cidadania. No segundo, Dalla Corte e outros compartilham os resultados de uma indagação sobre os efeitos da formação continuada dos conselheiros municipais de educação na área da avaliação educativa e a modificação de sua perspectiva da problemática específica através dele.
Convidamos todos os leitores a percorrerem estes textos e a somarem-se à discussão e ao intercâmbio de ideias ao redor de um conjunto amplo de interrogantes e desafios que demandam hoje a atenção a partir do espaço da avaliação educativa.
Tamara Díaz y Lilia Toranzos