Palavras-chave: Educação, educação
ambiental, média.
Introdução
Os seres vivos evoluíram milhões de anos, chegando
o mundo à forma como está hoje, num equilíbrio
químico e climático que permitiu o aparecimento das
espécies atuais entre elas a espécie humana. A diversidade
biológica ou biodiversidade consiste no conjunto total de
disponibilidade genética de diferentes espécies e
variedades de diferentes ecossistemas.
Todas as espécies são componentes do sistema de sustentação
da vida em que a conservação da biodiversidade é
estratégica para a qualidade de vida. A diversidade das formas
de sociedade e cultura é importante para reconhecer a imensa
variedade de modos de vida, de relações sociais de
construções culturais que a humanidade chegou a desenvolver.
A perspectiva ambiental consiste em um modo de ver o mundo no qual
se evidenciam as inter-relações e a interdependência
dos diversos elementos na constituição e manutenção
da vida.
Quando se trata de decidir e agir com relação à
qualidade de vida das pessoas; é fundamental trabalhar a
partir da visão que cada grupo social tem do significado
do termo meio ambiente e, principalmente, de como cada
grupo percebe o seu ambiente e os ambientes mais abrangentes em
que está inserido. Segundo (BRASIL, 1998) são fundamentais,
na formação de opiniões e o estabelecimento
de atitudes individuais, as representações coletivas
dos grupos sociais aos quais pertencem. Como essas representações
sociais são dinâmicas, evoluindo rapidamente, é
importante identificar qual a representação social
que cada parcela da sociedade tem do meio ambiente, para trabalhar
tanto com os alunos como nas relações escola/comunidade.
Se o mestre sabe da relação necessária entre
instrução e educação, ele se tornará
um educador eficiente. Caso contrário, (BRUGGER, 1999) seu
trabalho será deficiente, podendo, quando muito, conseguir
que seus alunos se tornem mais instruídos, mas, jamais cultos,
- poderá inculcar uma educação analítica,
mas jamais uma educação sintética, a única
que torna possível uma concepção de mundo convertida
em norma de vida.
O professor deve ter em vista o fato de que a própria linguagem
ambiental implica em ver que não existem categorias ou subdivisões
estanques mas que há graduações e evoluções.
Por ocasião da Conferência Internacional Rio/92, cidadãos
representando instituições de mais de 170 países
assinaram tratados nos quais se reconhece o papel central da educação
para a construção de um mundo socialmente justo
ecologicamente equilibrado, o que requer responsabilidade
individual e coletiva em níveis local, nacional e planetário.
E é isso que se espera da educação ambiental
no Brasil, assumida como obrigação nacional pela constituição
promulgada em 1988. Salientamos também que a Constituição
Federal do Brasil, em seu artigo 225, nos fala que: Todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
como o uso comum do povo e essencial à sadia, qualidade de
vida, impondo-se ao poder público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações. E em seu inciso quarto,
escreve que é incumbência do poder público
promover a educação ambiental em todos os níveis
de ensino e a conscientização pública para
a preservação do meio ambiente ( BRASIL, 1988).
Há de se salientar, que a educação sozinha
não é suficiente para mudar os rumos do planeta, mas
certamente é condição necessária para
isso.
Fica evidente a importância de educar os humanos para que
ajam de modo responsável e com sensibilidade, conservando
o ambiente saudável no presente e para o futuro; para que
saibam exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda
a comunidade tanto local como internacional; e se modifiquem tanto
interiormente, como pessoas, quanto nas suas relações
com o ambiente.
A preocupação em relacionar a educação
com a vida do aluno seu meio, sua comunidade não
é novidade. Ela vem crescendo desde a década de 60
no Brasil. A partir da década de 70, com o crescimento dos
movimentos ambientalistas, passou-se a adotar a expressão
Educação Ambiental para qualificar iniciativas
de universidades, escolas, instituições governamentais
e não-governamentais por meio das quais buscam conscientizar
setores da sociedade para as questões ambientais, preconizando
certamente mudanças.
As mudanças devem começar dentro de cada um de nós
. Após uma revisão de nossos hábitos, tendências
e necessidades, podemos de certa forma, através da adoção
de novos comportamentos, dar a nossa contribuição
para diminuição da degradação ambiental
e para a defesa e promoção da qualidade de vida.
Queremos com essa atividade incitar os alunos a identificar formas
individuais de contribuição capazes de reduzir a pressão
sobre os recursos ambientais. Que os alunos demonstrem em pequenas
atitudes como economizar energia elétrica ao apagar uma lâmpada,
evitar que a porta da geladeira fique aberta por muito tempo, tomar
banhos menos demorados, dar preferência a produtos biodegradáveis,
recicláveis e que não utilizem embalagem plástica,
jogar lixo nos locais adequados, zelar pelo patrimônio público,
plantar árvores e zelar pela vegetação urbana,
informar-se a respeito das questões ambientais da sua cidade,
participar de eventos comunitários, etc. Um programa de Educação
Ambiental, para ser efetivo, deve promover, simultaneamente , o
desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades necessárias
à preservação e melhoria da qualidade ambiental.
Fomentando a participação comunitária, de forma
articulada e consciente, atingirá seus objetivos. Para tanto,
ele deve prover os conhecimentos necessários à compreensão
do seu ambiente, de modo a suscitar uma consciência social
que possa gerar atitudes capazes de afetar comportamentos ou hábitos.
A pedagogia liberal, que defende a predominância dos interesses
e liberdades individuais na sociedade, vem dando lugar a uma tendência
pedagógica progressiva, critica e libertadora, preconizada
por Paulo Freire. Acreditamos ser esta a mais adequada às
nossas necessidades.
Vivemos em um mundo em que os números nos rodeiam, e que
está em constante transformação. Quando lemos,
ou, assistimos ao noticiário na televisão observamos
que muitas vezes, os números são o que há de
mais importante em uma notícia. Os fatores numéricos
ou dados são analisados de diversas maneiras. Uma delas é
através de cálculos de médias.
No trabalho diário e no contato direto com os alunos percebemos
as suas atitudes com relação aos cuidados com o meio
ambiente. Podemos perceber em suas atitudes, como: papéis
de bala e chicletes no chão; chicletes debaixo de cadeiras
e carteiras; paredes, carteiras e cadeiras pintadas com lápis
ou tinta; vidros quebrados; cilindros de extintores abertos; canteiros
dos jardins sem cuidados; poucas mal cuidadas árvores; riacho
e ribeirão sujos,... muito deixam a desejar. Entendemos que
a educação ambiental deva contribuir para a formação
de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na sua realidade
de um modo comprometido com a vida.
São muitos os desafios a enfrentar quando se procura direcionar
as ações para a melhoria das condições
de vida do mundo. Um deles é relativo a mudanças de
atitudes na interação como o patrimônio básico
para a vida humana: o meio ambiente. Os alunos podem tirar nota
dez nas provas, mas, ainda assim, jogar lixo na rua, atear fogo
no mato indiscriminadamente, ou realizar outro tipo de ação
danosa, seja por não perceberem a extensão dessas
ações ou por não se sentirem responsáveis
pelo mundo em que vivem.
A problematização e o entendimento das conseqüências
advinda de alterações no ambiente permitem compreendê-las
como algo produzido pela mão humana em determinado contexto
histórico. A tarefa da escola é proporcionar um ambiente
saudável e coerente com aquilo que ela pretende que seus
alunos aprendam, para que possa, de fato, contribuir para a formação
da identidade como cidadãos conscientes de suas responsabilidades
com o meio ambiente e capazes de atitudes de proteção
e melhoria dele.
Não se pode esquecer que a escola não é o
único agente educativo e que os padrões de comportamento
da família e as informações veiculadas pela
mídia exercem especial influência sobre os adolescentes
e jovens. A estrutura da escola, a ação dos outros
integrantes do espaço escolar devem contribuir para construção
das condições necessárias a desejada formação
mais atuante e participativa do cidadão.
É importante que todos os professores, trabalhem em suas
disciplinas, os temas relacionados a Educação Ambiental,
tendo em vista as mudanças de atitudes e preservação
do ambiente por parte do aluno como suporte básico de sobrevivência
humana
Desenvolvimento
O estudo foi desenvolvido na sala de aula com 32 alunos , de sexta
série do primeiro grau, da Escola de Ensino Fundamental Ana
Towe Nagel, Jaraguá do Sul, SC, três vezes por semana
durante o horário da disciplina de matemática. As
atividades foram realizadas durante o conteúdo de
Média aritmética . Como estratégia, foi
pedido que cada aluno observasse e anotasse em seu caderno a quantidade
de chicletes que havia embaixo de sua carteira e cadeira. Foram
formados grupos e cada membro do grupo, apresentou a quantidade
de chicletes encontrados. Foi entrando na discussão que a
média aritmética teve o seu desenvolvimento. Foi explanado
que a média é importante e que podemos usá-la
diariamente. A média aritmética de dois ou mais valores
é o quociente da soma desses valores pelo números
deles. Então cada grupo somou a quantidade que cada um encontrou
na carteira, e dividiram o resultado da soma pelo número
de alunos em cada grupo, o mesmo fizeram com a quantidade de chicletes
encontrados na cadeira, anotando os resultados este é o principio
da média aritmética.
O gráfico abaixo representa a quantidade de chiclete obtida
por cada grupo na carteiras e nas cadeiras
Em relação ao total dos chicletes retirados na primeira
amostra, verificou-se 132 nas carteira tendo uma média de
chicletes por carteiras de 3,77 e, um total de 19 nas cadeiras com
a média nas cadeiras de 0,54.
Em seguida foi proposta uma pesquisa, em grupo, sobre o assunto
chiclete, com os objetivos de:
- conhecer a origem e os componentes do chiclete;
- Identificar problemas que podem ser detectados pelo uso do
chiclete.
Os grupos foram para a biblioteca pesquisaram em livros, dicionários,
etc. Elaboraram as perguntas das entrevistas que fizeram com os
professores, orientadores, dentista da escola, buscando informações
e opiniões sobre o uso do chiclete pelos alunos da escola.
Alguns grupos em suas casas, pesquisaram na Internet, bem como opiniões
de seus pais. Foram duas semanas de pesquisas culminando com a socialização
do que se tinha encontrado. Fizemos uma auto-avaliação
do que se trabalhou. Durante o período de abril e maio, nas
aulas, ainda foram feitas limpezas nas cadeiras e carteiras
Foi realizada a palestra com a dentista da escola, para reforçar
os cuidados que devemos Ter com os dentes, escovando-os sempre após
as refeições e evitando a ingestão de açúcar.
Durante o período da aplicação deste trabalho
tivemos a presença de pais que vieram dar sua contribuição
através de seus conhecimentos práticos, haja visto
que na escola há pais que trabalham na produção
da "base" que dará origem nas grandes indústrias ao
chiclete. Também houve a participação dos professores
da escolas e do corpo administrativo.
Conclusão
Embora sendo a sala da sexta série, usada também
por outras turmas , (período matutino e noturno) que não
fizeram parte do trabalho desenvolvido, podemos concluir que, de
acordo com os resultados obtidos houve um excelente aproveitamento
por parte dos alunos na aprendizagem e incorporação
do conteúdo de matemática "Média Aritmética",
pois os mesmos conseguiram aplicá-la com êxito.
No que se refere ao chiclete, de acordo com suas avaliações,
gostaram de fazer a pesquisa e que, com a mesma, passaram a conhecer
os componentes e sua origem. Entendemos que, de acordo com as médias
obtidas nas 4 amostras analisadas, houve uma significativa mudança
nos hábitos com relação ao uso do chiclete,
bem como colocá-los embaixo da carteira ou cadeira.
O gráfico abaixo representa as quantidades de chicletes
encontrados nas limpezas feitas nas carteiras e cadeiras:
Podemos perceber que houve considerável diminuição
de chicletes colados embaixo das cadeira e carteiras.
Comprovamos que a Educação Ambiental pode ser introduzida,
não como disciplina, mas como um meio de ajudar as diferentes
disciplinas a alcançarem êxitos em seus objetivos,
e ao mesmo tempo colaborando para que se tenha um ambiente agradável.
Este estudo também sugere que é viável interrelacionar
a Educação Ambiental em qualquer disciplina e com
isto, assegurar com que o aluno compreenda e cuide do meio ambiente
em que está, possibilitando-o a agir como sujeito de mudanças.
O trabalho desenvolvido pode ser estendido em todas as turmas da
escola. Há , pois necessidade de se continuar com as verificações
para que se diminua ainda mais a quantidade de chicletes colados
embaixo das carteiras e das cadeiras.
Não podemos, como educadores, perder a oportunidade de proporcionar
aos alunos momentos em que possam vivenciar o que estão aprendendo.
Esta experiência auxilia-os a reverem suas atitudes e compreender
que são também co-responsáveis pelo cuidado
com o meio ambiente em que vive.
Referência bibliográfica
- AGUIAR, R.A.R. Direito do meio ambiente e participação
popular. Brasília: MMA/IBAMA, 1994.
- BRASIL. Constituição da República Federativa
do Brasil, 1988.
- ____. Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos:
apresentação dos temas transversais . Brasília
: MEC/SEF, 1998.
- BRÜGGER, Paula. Educação ou adestramento
ambiental. Florianópolis. Letras Contemporâneas,
2ª edição, 1999.
- DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental:
princípios e prática. 2ª ed. rev. amp.
São Paulo, Gaia, 1993.
- UNESCO. La Educación Ambiental: Las grandes orientaciones
de la conferencia de Tbilisi. Paris, 1980.
Stélio João Rodrigues, Mestre em Psicopedagogia,
pela Universidad de Havana - CUBA, especialista em Biologia e Psicopedagogia
, professor na rede pública estadual e municipal, em Jaraguá
do Sul, Santa Catarina.
Resumo
O presente estudo teve como objetivos proporcionar aos alunos de
sexta série, experiências para poderem desenvolver
o conteúdo média aritmética", rever seus
hábitos e ajudá-los a compreender que somos responsáveis
pelo meio em que vivemos. O estudo foi realizado na sala de aula
de sexta série do primeiro grau, com 32 alunos, três
vezes por semana, durante o horário da disciplina de Matemática.
Constatou-se, com base nos resultados, que os alunos pouco sabem
sobre a aplicação de média aritmética,
desconheciam os componentes do chiclete e os problemas que podem
trazer o uso de chicletes a saúde e ao meio ambiente. Houve
significativas mudanças de seus hábitos com relação
ao uso do chiclete e um excelente desempenho na aplicação
da média aritmética.
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