La Revista Iberoamericana de Educación es una publicación editada por la OEI 

 ISSN: 1681-5653

Está en: OEI - Revista Iberoamericana de Educación - Experiencias e Innovaciones

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  Experiencias e Innovaciones (E+I)

A importância do estudo da astronomia nas séries iniciais
Orientadores da experiência:
Cleci Teresinha Werner da Rosa. Mestre em Educação. Professora de Física da Universidade de Passo Fundo -RS/Brasil - cwerner@upf.br
Renato Heineck. Mestre em Educação. Professor de Física da Universidade de Passo Fundo -RS/Brasil
Álvaro Becker Rosa. Mestre em Engenharia. Professor de Astronomia da Universidade de Passo Fundo - RS/Brasil - alvaro@upf.br
25-12-03

Introdução

A experiência que será descrita neste informe refere-se ao relato de uma aula dada a alunos de pré-escola - educação infantil sobre o tema astronomia. Esta experiência faz parte de um projeto envolvendo os professores de física da Universidade de Passo Fundo, RS/Brasil, no qual se desenvolvem atividades práticas/experimentais de física com alunos da educação infantil. O objetivo do projeto é fomentar na criança a curiosidade por descobrir o mundo que a cerca, cultivando o gosto pela ciência. A criança é naturalmente curiosa, investigativa e observadora, características que vão desaparecendo a medida que os estudos vão avançando, chegando ao ponto de aceitar os conhecimentos sem questiona-los. Essa situação vem se perpetuando ao longo dos anos e tem sido um dos fatores que tem contribuído para afastar os estudantes do ensino de física, criando um dogma em torno desta ciência.

Outro ponto motivador para o desenvolvimento desta pesquisa é a contribuição que o contato com a física, nas séries iniciais, possibilita para a formação da consciência critica da criança diante das descobertas dos processos tecnológicos presentes no cotidiano. Em se tratando de astronomia, questões como a origem do universo, os alienígenas e as viagens espaciais, são assuntos debatidos por toda a sociedade, não apenas pelos cientistas, de maneira que a criança houve e questiona sobre esses assuntos. Discuti-los no ambiente escolar parece ser uma oportunidade de proporcionar que essas crianças sejam capazes de respeitar e compreender tais situações.

A experiência

Durante o ano, a professora da escola campo da pesquisa, desenvolveu com seus alunos de pré-escola (faixa etária de 5 a 6 anos), temas relacionados a ciências naturais e contou com a participação dos professores de física da UPF, que em visitas a escola, desenvolveram com os alunos experimentos relacionados a fenômenos físicos presentes nas diferentes situações cotidianos dos alunos. O projeto encerrou o ano com uma visita as dependências do Laboratório de Física da Universidade, oportunizando as crianças partilhar explicações sobre temas de suas curiosidades e viajar no mundo de descobertas e conhecimentos sobre o nosso universo.

A escolha do tema astronomia como tema de encerramento do ano, partiu dos alunos que estavam envolvidos com a construção de um vulcão. A partir deste tema gerador, a professora desenvolveu estudos sobre os locais de maior incidência dos vulcões, o que possibilitou a análise do planeta Terra e, desta forma, o estudo do universo.

Ao chegar ao Laboratório de Física da UPF, os alunos estavam ansiosos e cheios de questionamentos sobre o tema da aula. Inicialmente foi abordado o tema Terra - Lua - Sol, fases da Lua e Eclipses, de forma a fazer com que os alunos se sentissem parte integrante do sistema, através de simulações experimentais. No prosseguimento, os professores da UPF, apresentaram réplicas em escala proporcional da nave Apolo 11 e do ônibus espacial.

A metodologia utilizada no desenvolvimento das atividades envolvia, além da participação ativa dos alunos nas experiências, a possibilidade de realizar questionamentos sobre o tema em qualquer momento. Esse fato, no inicio, parecia ser um entrave na realização dos experimentos programados pelos professores, porém com o avançar da aula, percebeu-se que este era o ponto principal da atividade, dar a oportunidade de questionar no momento que os alunos julgassem necessário.

Os questionamentos feitos pelos alunos da educação infantil, foram cuidadosamente registrados e respondidos pela equipe executora da atividade. Alguns merecem ser apresentados neste relato, pois mostram o envolvimento das crianças com o assunto e o conhecimento que ela tem sobre os fenômenos naturais, mesmo que sejam conceitos adquiridos de forma espontânea, sem os critérios e rigores que o conhecimento científico exige.

Como que a Lua não cai na Terra? Por que é a Terra que gira em torno do Sol e não o Sol em torno da Terra? De que é formada a Lua? Por que as naves conseguem chegar a Lua e os aviões não? Como o homem leva ar para a Lua? Por que o foguete liberta os tanques vazios? Se existe alienígena por que eles não querem ser amigos nossos? Como o professor sabe tudo isso, se ele não consegue ir ao espaço?

Esses foram alguns dos questionamentos feitos pelas crianças ao observarem as explicações, as simulações e ao visualizarem as réplicas apresentadas pelos professores da Universidade. As respostas que muitas vezes eram dadas pelos próprios estudantes demonstram o envolvimento deles com o assunto. Desta forma, a atividade que parecia ser apenas mais uma, acabou por ter um destaque especial no projeto, pois possibilitou ao grupo de pesquisadores perceber que a astronomia é uma ciência que pode e deve ser abordada já nas séries iniciais. Os alunos nesta faixa etária apresentam curiosidade e questionamentos importantes referentes ao tema e que devem ser trabalhados pelos seus professores, pois a astronomia apresenta caráter multidisciplinar, possibilitando que vários temas relacionados a diferentes áreas do conhecimento sejam desenvolvidos a partir dela.

Conclusão

A atividade desenvolvida naquela tarde com os alunos da educação infantil - pré-escola relacionado a astronomia, possibilitou uma reflexão do grupo de professores da UPF sobre a importância do seu estudo neste nível de escolaridade. Buscou-se a partir desta situação, discutir com professores desse grau de ensino a experiência realizada e percebeu-se que não se trata de um grupo de alunos a parte, mas que as curiosidades e os questionamentos sobre o Universo fazem parte do cotidiano do ambiente escolar, mesmo nos níveis iniciais de escolaridade.

Essa reflexão permitiu que os pesquisadores aprofundassem seus estudos sobre a importância da prática de educação em ciências, desde esse nível de escolaridade. Entretanto, a questão principal que emergiu desta investigação, não é relativa a importância do estudo da astronomia, pois isso parecer ser inegável, mas a falta de preparo dos professores da educação infantil e do ensino fundamental para tratar do assunto. Eles relatam que não se sentem suficientemente preparados para desenvolver este tipo de atividade e de discussão no ambiente escolar. A partir desta problemática o grupo de pesquisadores pretende desenvolver um projeto específico para capacitar e aperfeiçoar docentes das séries iniciais no tema astronomia. Promover com isso, a difusão da astronomia e a elaboração de equipamentos para demonstrações e simulações em atividades práticas.

Por fim, cabe dizer que a concepção de ensino de ciências, em particular de física, que se tem hoje é diferente da desenvolvida nas escolas anos atrás. Hoje, vários são os autores que defendem a iniciação de crianças nos estudos de conceitos científicos. A sociedade contemporânea vivencia um período de avanços e de extrema dependência da ciência e tecnologia. Não cabe mais ao professor apenas repassar informações, ele deve proporcionar em sala de aula um ambiente favorável a busca pelo conhecimento, a vontade de aprender. O papel do professor é de encorajar seus alunos a fazer conexões entre os conhecimentos desenvolvidos no ambiente escolar e os diversos eventos externos ao mundo da simulação, descobrindo a ligação entre a situação vivida e os conceitos trabalhados na escola.

Referenciais bibliográficos

ASTOLFI, Jean-Pierre, DEVALEY, Michel. A didática das ciências. Tradução, Magda S. S. Fonseca. 4 ed. Campinas, SP: Papirus, 1995.

CANIATTO, Rodolpho. Com ciência na educação: ideário de uma alternativa brasileira para o ensino de ciências. 3a ed., editora Papirus, Campinas, 1992.

MOREIRA, Marco Antonio. Uma abordagem cognitiva ao ensino da física: a teoria de aprendizagem de David Ausubel como sistema de referência para a organização do ensino de ciências. Porto Alegre: Ed. da Universidade UFRGS, 1983.

MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. O Livro de Ouro do Universo. Ediouro. 2000.

REGO, Teresa C. Uma perspectiva histórico-cultural da educação. 4ª ed. Petrópolis. Editora Vozes Ltda. 1995.

Correo electrónico: cwerner@upf.br, alvaro@upf.br

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