La Revista Iberoamericana de Educación es una publicación editada por la OEI 

 ISSN: 1022-6508

Está en: OEI - Revista Iberoamericana de Educación - Número 50

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 Número 50: Enero - Abril / Janeiro - Abril 2009

Educación: futuro en construcción / Educação: futuro em construção

  Índice número 50  

Existe, na atualidade, um amplo acordo sobre o importante papel que desempenham os sistemas educativos para garantir uma participação igualitária na produção, recriação e apropriação de conteúdos socialmente significativos. É evidente que a educação não é a única responsável pela complexa dinâmica de nossas sociedades, mas tampouco cabe duvidar de que sua contribuição seja decisiva no referente aos fenômenos de inclusão ou exclusão social.

Os países ibero-americanos afrontam alguns problemas estruturais no âmbito da educação, fundamentalmente no tocante à repetência, à distorção idade série e à evasão, que constituem autênticos nós críticos dos sistemas educativos da região. Poderia inclusive se dizer que a expansão escolar teve o efeito paradoxal de criar uma nova exclusão, neste caso, educativa, que vem se somar a outros fatores de risco e de vulnerabilidade social.

Detrás destes fenômenos aparece o fantasma do usualmente denominado «fracasso escolar». Este número da nossa revista está dedicado a analisá-lo, com a convicção de que se trata de um assunto crucial para nosso futuro educativo e social. Para isso, como é habitual, contamos com vozes relevantes no panorama ibero-americano, que nos ajudam a penetrar na sua realidade e nas suas dimensões a partir de diversas perspectivas.

A primeira questão que se suscita ao se falar de fracasso escolar, refere-se à complexidade que o próprio conceito implica. O artigo de Flávia Terigi, que abre o número, realiza uma análise interessante e pormenorizada da função que a escola desempenhou historicamente em relação ao fracasso escolar. Surge então o problema de supor sua interpretação como uma questão psicoeducativa e individual, e a autora adota uma posição crítica a respeito, incorporando a consideração das práticas escolares como práticas culturais específicas e propondo uma reconceitualização do conceito de risco educativo.

Avançando um pouco mais por essa análise conceitual, o artigo de Juan Manuel Escudero, María Teresa González e Begoña Martinez oferece uma leitura do fracasso escolar a partir da perspectiva da exclusão social e educativa. Para isso, propõe-se a questão de identificar de que tipo de bens determinados estudantes e coletivos são privados e insiste na ideia fundamental de que o fracasso escolar ou a exclusão devem ser entendidos como fenômenos em processo, na medida em que representam trajetórias individuais e não simples acontecimentos isolados.

Seguindo esta mesma reflexão conceitual orienta-se o artigo de Maria Luísa Bissoto, que prefere falar de fracasso na escola, já que se trata de um fenômeno que surge e se materializa em uma rede de interações sociais em que participam a escola, a família e os estudantes. São as interações existentes entre os três polos que favorecem ou dificultam os sentimentos de pertença à instituição escolar. Desse ponto de vista, a superação do fracasso escolar exige uma práxis de enculturamento das pessoas implicadas na cotidianidade escolar.

Baseando-se na complexidade do fenômeno, María Montserrat Blanco e Francisco Javier Ramos propõem a necessidade de abordar o tema do fracasso escolar mediante ações preventivas e paliativas. Como condição necessária, eles destacam que todos os agentes sociais implicados na educação devem assumir sua parte de responsabilidade. Isso implica adotar uma perspectiva diferente, em que as ações de todos eles se complementem.

Entrando em um campo específico, ligado ao fracasso escolar, Zulma Perassi analisa o modo como as culturas da avaliação atuam como tramas estratégicas, favorecedoras ou obstaculizadoras de seu aparecimento. Concretamente, analisa em que medida alguns traços destas culturas favorecem trajetórias que estão fadadas ao fracasso. De outro ponto de vista diferente, mas assim mesmo específico, Fabiola Cabra e Gloria Patricia Marciales examinam um aspecto especial. Trata-se da maneira em que a construção de representações acríticas sobre a relação que estabelecem os jovens com as tecnologias contribui a ocultar alguns fatores gerais do fracasso escolar.

Encerrando esta parte monográfica, o artigo de Rafael Feito analisa como a escola, especialmente a partir da etapa secundária, torna-se uma instituição excludente. A partir dessa reflexão, suscita-se em que medida alguns novos enfoques, como o ensino baseado em competências ou a consideração de novos conceitos de inteligência, podem contribuir para paliar a situação de fracasso e encaminhar-se ao sucesso escolar para todos.

Como é habitual, o número se completa com alguns outros trabalhos de natureza e características diversas. Neste caso contamos com uma colaboração de Antonio Monclús, bom conhecedor da pedagogia de Paulo Freire, que analisa em que medida seu modelo educativo e cultural constitui uma alternativa à ideia do choque de civilizações. Claudio Rama analisa a tendência atual à massificação da educação superior na América Latina, descendendo às implicações deste processo na manutenção das desigualdades tradicionais e na construção de novas iniquidades. O artigo de Jaume Sureda, Rubén Comas e Mercê Morey apresenta os resultados de um trabalho de investigação centrado no fenômeno do plágio acadêmico do ponto de vista do professorado. Finalmente, Diana Szarazgat, Claudia Glaz e Carmen Gaetano analisam a presença dos eufemismos no discurso educativo e o efeito de mascaramento que pode provocar. O número se encerra com a habitual seção de novidades editoriais e a memória do 2008.

Esperamos que ao leitor lhe pareçam interessantes tanto o tema geral abordado como os enfoques adotados para tratá-lo. Como destacava ao começo, o número pretende propor perguntas relevantes mais que esboçar respostas esquemáticas. O fenômeno do fracasso escolar liga-se ao risco do destino educativo de muitas crianças ibero-americanas e isto nos compromete eticamente.

Alejandro Tiana Ferrer


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