O ensino de história e cultura afro-brasileira: coisa do demônio ou caminho para a construção de uma educação antirracista?

Autores/as

  • Aline Santos de Oliveira Rede Municipal de Macaé, Rio de Janeiro, Brasil
  • Célia Maria Coleta Salvador Rede Municipal de Casimiro de Abreu, Brasil
  • Maria da Conceição Calmon Arruda Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Brasil

DOI:

https://doi.org/10.35362/rie6111266

Palabras clave:

Educação, Educação antirracista, Ensino de história e cultura afro-brasileira

Resumen

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre como a obrigatoriedade legal do ensino de história e cultura afro-brasileira está se materializando em sete escolas da Região Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro (Brasil). Foram entrevistados 26 professores das áreas de arte, história e literatura durante os meses de novembro e dezembro de 2010. A maioria dos docentes reportou que não teve em sua formação acadêmica nenhuma referência à História da África e que a questão racial é trabalhada apenas por ocasião da comemoração do aniversário de Zumbi dos Palmares, no dia 20 de novembro. Um percentual considerável dos docentes entrevistados parece esquecer que uma das metas da mudança curricular é promover uma reflexão conjunta sobre o papel do negro na sociedade brasileira de modo a contribuir para a superação de preconceitos. O desconhecimento emerge como elemento comum entre professores, gestores e membros da comunidade. O diferencial é que no que diz respeito à maioria dos docentes e gestores este desconhecimento parece estar relacionado a lacunas formativas, o que sinaliza a premência de se pensar em cursos de capacitação sobre o tema em tela, caso contrário a tendência é que o problema se aprofunde. No caso da comunidade escolar o desconhecimento está relacionado ao preconceito religioso, que parece inibir a predisposição de seus membros para aprender e conhecer o diferente. Vale salientar que nem os docentes estão imunes a este tipo de preconceito. Uma das professoras entrevistada classifica as imagens religiosas africanas como coisas demoníacas. Acreditamos que o aprofundamento do estudo sobre a história e a cultura afro-brasileira contribuirá para promover a desmitificação e para propiciar uma reflexão coletiva sobre o papel do negro na sociedade brasileira e o papel da escola na construção de uma educação antirracista.

 

Palavras-chave: Educação, Educação antirracista, Ensino de história e cultura afro-brasileira

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Biografía del autor/a

Aline Santos de Oliveira, Rede Municipal de Macaé, Rio de Janeiro, Brasil

Professora da Rede Municipal de Macaé, Rio de Janeiro, Brasil

Célia Maria Coleta Salvador, Rede Municipal de Casimiro de Abreu, Brasil

Professora da Rede Municipal de Casimiro de Abreu e de Macaé, Rio de Janeiro, Brasil

Maria da Conceição Calmon Arruda, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Brasil

Professora Adjunta da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil

Cómo citar

Santos de Oliveira, A., Coleta Salvador, C. M., & Calmon Arruda, M. da C. (2013). O ensino de história e cultura afro-brasileira: coisa do demônio ou caminho para a construção de uma educação antirracista?. Revista Iberoamericana De Educación, 61(1), 1–11. https://doi.org/10.35362/rie6111266

Publicado

15-01-2013

Número

Sección

- Educación intercultural-multicultural