Cartilha de alfabetização: o caminho de Mato Grosso para enfrentar o fracasso escolar nos anos setenta
DOI:
https://doi.org/10.35362/rie5941348Palabras clave:
alfabetização, cartilha, história do livroResumen
O tema deste trabalho está vinculado a uma pesquisa, cujo foco é a história dos livros escolares, tomando como objeto de análise o funcionamento do circuito que foi organizado em torno de um deles, ao longo da segunda metade do século XX, no contexto escolar mato-grossense. A investigação partiu do “circuito das comunicações”, modelo proposto por Robert Darnton (1990), para examinar o percurso da produção mato-grossense Nossa Terra Nossa Gente, posteriormente transformada em Cartilha Ada e Edu. Como metodologia procurou localizar, recuperar, selecionar, organizar e analisar fontes documentais primárias e secundárias sobre o ciclo de vida dessa cartilha. O recorte apresentado registra as escolhas feitas pela Secretaria de Educação de Mato Grosso para enfrentar a dramática situação relacionada com o rendimento efetivo do ensino, traduzida pela expressão fracasso escolar. O II Plano Setorial de Educação e Cultura (1975-1979) do Ministério da Educação previa o Projeto Desenvolvimento de Novas Metodologias Aplicáveis ao Ensino-Aprendizagem do 1º. Grau. Mato Grosso aderiu a esse projeto e desencadeou uma ampla política de alfabetização, cujo motor principal foi a elaboração e a aplicação de uma cartilha de alfabetização. Os resultados, obtidos por meio de fontes documentais (projetos, relatórios, ofícios, planos, fichas, Boletins Informativos, etc.) e fontes orais (entrevistas com autoras, supervisoras e professoras) apontam para um lugar de centralidade ocupado pela cartilha Ada e Edu, elaborada a partir do pressuposto de que a aprendizagem seria mais eficaz se o professor empregasse uma cartilha que atendesse aos complexos aspectos da língua e que fosse adequada à realidade mato-grossense.
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