Políticas de avaliação e avaliação de políticas: o caso português no contexto ibero-americano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35362/rie530555

Palavras-chave:

Avaliação; políticas educativas; organização escolar; Portugal

Resumo

Com base em vários estudos em que o autor participou nos últimos anos, o presente artigo discute o desenvolvimento recente dos dispositivos de avaliação e a sua relação com o contexto político-mediático, no quadro ibero-americano, aprofundando o caso português durante a última legislatura (2005-2009). Durante este período, além da importância central que representaram as provas nacionais e internacionais de alunos no desenho das políticas educativas, foram implementados sistemas nacionais de avaliação das escolas e dos professores, tornando-se assim um locus privilegiado de observação. Desta análise, é possível reconhecer tendências ibero-americanas, mas também a influência de pressões europeias e particularidades nacionais. Se os dispositivos de avaliação surgem condicionados pelas orientações político-ideológicas das forças que os promovem e sustentam, sendo a apropriação pública dos seus resultados também altamente filtrada por maniqueísmos retóricos que reflectem interesses particulares, não deixam de providenciar informações que interpelam os diversos actores educativos, alimentando o debate público e a abertura dos sistemas, numa dialéctica permanente entre políticas de avaliação e avaliação de políticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abrantes, Pedro (2008). Os muros da escola: distâncias e transições entre ciclos de ensino, Tese de doutoramento. Lisboa: iscte.

Abrantes (2009). «Os guardiães do templo: imprensa generalista e a imposição de uma agenda educativa», Educação, Sociedade e Culturas, n.º 28.

Abrantes (2010). «Towards a New Relation with Education and Work? Youth Transitions in Europe and in Latin America», cies-iscte e-Working Paper n.º 86/2010, <www.cies.iscte.pt>.

Afonso, Almerindo Janela (1999). «Estado, mercado, comunidade e avaliação: esboço para uma rearticulação crítica». Educação & Sociedade, vol. 20, n.º 69, pp. 139-164.

Banco Mundial (1978). Staff Appraisal Report: Education Report - Republic of Portugal, Relatório Interno.

Costa, António Firmino da (coord.); Pegado, Elsa; Ávila, Patrícia e Coelho, Ana Rita (2009). Avaliação do 4º. ano do pnl, Relatório Preliminar. Lisboa: cies / iscte-iul.

Fernández Enguita, Mariano (2007). Educação e transformação social. Mangualde: Pedago.

Gentili, Pablo (2009). «Marchas y contramarchas: el derecho a la educación y las dinámicas de exclusión incluyente en América Latina», in Revista Iberoamericana de Educación, n.º 49, pp. 19-57. Acessível em: <http://www.rieoei.org/rie49a01.pdf>.

Kessler, Marie-Christine (org.) (1998). Evaluation des politiques publiques, Paris: L’Harmattan.

Martinic, Sergio (2001). «Conflictos políticos e interacciones comunicativas en las reformas educativas en América Latina», in Revista Iberoamericana de Educación, n.º 27, pp. 17-33. Acessível em: <http://www.rieoei.org/rie27a01.PDF>.

Martins, Susana (2005). «Portugal, um lugar de fronteira na Europa», Sociologia, Problemas e Práticas, n.º 49.

OCDE (2004). Learning for Tomorrow’s World: First Results from pisa 2003. Paris: ocde.

OCDE (2007). PISA 2006: Science Competencies for Tomorrow’s World. Paris: ocde.

OCDE (2009). Education at a Glance 2009: oecd Indicators. Paris: oecd.

Popkewitz, Thomas (1991). Sociología política de las reformas educativas: el poder/saber en la enseñanza, la formación del profesorado y la investigación. Madrid: Morata.

Reimers, Fernando (2000). «Educación, desigualdad y opciones de política en América Latina en el siglo XXI», in Revista Iberoamericana de Educación, n.º 23, pp. 21-50. Acessível em: <http://www.rieoei.org/rie23a01.PDF>.

Sánchez, Eduardo (2005). Para un planeamiento estratégico de la educación: elementos conceptuales y metodológicos. Córdoba: Brujas.

Santiago, Paulo et al. (2009). Teacher Evaluation in Portugal: oecd Review. Paris: oecd.

Santos Guerra, Miguel Ángel (2003). Tornar visível o quotidiano: teoria e prática de avaliação qualitativa das escolas. Porto: Asa.

Silva, Maria Abádia (2003). «Do projeto político do Banco Mundial ao projeto político-pedagógico da escola pública brasileira», Cad. Cedes, Campinas, 23, pp. 283-301.

SITEAL (2007). Informe Sobre Tendencias Sociales y Educativas en América Latina 2007, Buenos Aires: iipe-unesco / oei.

Stoleroff, Alan e Pereira, Irina (2009). «A reforma da carreira docente e da gestão escolar: uma análise da conflituosidade sindical e profissional», in Actas do Encontro Contextos Educativos na Sociedade Contemporânea. Lisboa: aps/cies-iscte, pp. 164-183.

Teodoro, António (2001). A construção política da educação: Estado, mudança social e políticas educativas no Portugal contemporâneo. Porto: Edições Afrontamento.

Teodoro, António (org.) (2008). Tempos e andamentos nas políticas de educação. Brasília: Liber.

Torres, Leonor e Palhares, José (2009). «Estilos de liderança e escola democrática», Actas do Encontro Contextos Educativos na Sociedade Contemporânea. Lisboa, aps/cies-iscte, pp. 123-142.

Como Citar

Abrantes, P. (2010). Políticas de avaliação e avaliação de políticas: o caso português no contexto ibero-americano. Revista Ibero-Americana De Educação, 53, 25–42. https://doi.org/10.35362/rie530555

Publicado

2010-05-01