Prácticas y residencias: memorias, experiencias, horizontes...

Resumo

Este artigo aborda um tema central da formação docente, como a prática docente. Fala-se dela como uma atividade complexa que se desenvolve em cenários singulares, determinados pelo contexto, com resultados em grande parte imprevisíveis, e carregada de conflitos de valor que requerem pronunciamentos políticos e éticos. O docente, para levar adiante esta tarefa, deve estender sua experiência e sua criatividade para afrontar situações únicas, ambíguas, incertas e conflitantes que configuram a vida nas aulas.

Apela à memória como um saber da experiência, como um movimento pelo qual o sujeito, o docente, reencontra os sentidos que incidem em seu presente, e reconstrói as vicissitudes de um caminho para tornar visíveis zonas de opacidade, para descobrir possibilidades, para abrir brechas.

Interpela a experiência dos últimos anos na formação do professorado como um tipo de retorno reflexivo que permite resgatar o conhecimento aprendido, vislumbrar novos caminhos e ensaiar novas propostas.

Nesta viagem pelas marcas da formação e pela complexidade das práticas docentes, nota-se a necessidade de buscar um enfoque teórico metodológico que reconheça os múltiplos cruzamentos que se expressam em tais práticas. Trata-se de um enfoque sócio-antropológico, em particular da etnografia em investigação educacional, que coloca o centro de atenção na escola e na aula, e que procura diferenciar-se de posturas homogeneizantes e universalizantes que não permitem reconstruir a realidade da escola como contexto das práticas docentes e do ensino. Assinala, portanto, a necessidade de uma metodologia que permita dar conta dos processos sociais que se materializam na escola e na aula: processos de apropriação, reprodução, negociação, resistência, simulação, intercâmbio, etcétera.