Representações de profissionais da educação sobre sexualidade e gênero
DOI:
https://doi.org/10.35362/rie692144Palavras-chave:
sexualidade | gênero | representações | educação | formação docenteResumo
Gênero e sexualidade constituem dispositivos heterogêneos de controle, enquanto objetos de poder e saber, que são operados na escola. Em uma perspectiva de superação da dicotomia entre objetivismo e subjetivismo, este artigo analisa as representações sobre a sexualidade na perspectiva das relações de gênero, destacando a formação acadêmica e práticas pedagógicas dos profissionais da educação em relação a essas temáticas. Trata-se de pesquisa qualitativa realizada por meio de entrevistas com profissionais e de consulta ao planejamento dos conteúdos ensinados nos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública de um município do estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. As representações das entrevistadas sobre a sexualidade não se resumem ao ato sexual, no entanto esta se apresenta muito mais como uma manifestação individual do que social ou coletiva, de modo que a sexualidade é considerada parte da personalidade dos indivíduos e elemento inerente ao desenvolvimento humano. Por isso, as representações reproduzem determinados domínios do saber e conhecimentos hegemônicos da psicologia do desenvolvimento que predominam no processo de formação docente inicial e continuada no Brasil. A formação acadêmica da maioria das profissionais não possibilitou um aprofundamento das questões de gênero com base no respeito à diversidade sexual e na desconstrução de comportamentos sexistas e
Downloads
Referências
ALTMANN, H. (2001). Orientação sexual nos parâmetros curriculares nacionais. Revista Estudos Feministas, 9(2), (pp. 575-585).
APPLE, M. (1982). O currículo oculto e a natureza do conflito. In: APPLE, M.. Ideologia e currículo. (pp. 125-157). São Paulo: Brasiliense.
BOURDIEU, P. (1996). A força da representação. In: ______. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. (pp. 107-116). São Paulo: EDUSP.
BOURDIEU, P (2006). A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk.
BRAGA, D. S. (2004). A sexualidade no currículo da escola fundamental: travessões e reticências sobre a homossexualidade nos discursos e nas atividades em uma escola municipal em Belo Horizonte. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.
FOUCAULT, M. (1997). História da sexualidade I: a vontade de saber. (12 ed., Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque, trad.). Rio de Janeiro: Graal.
FOUCAULT, M.(1998). História da sexualidade II: o uso dos saberes. (8 ed., Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque, trad.). Rio de Janeiro: Graal.
GONZÁLEZ REY, F. (2002). Pesquisa qualitativa em psicologia: caminhos e desafios. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.
LEÃO, A. M. de C., & RIBEIRO, P. R. M. (2013). A (in)existência da sexualidade no Curso de Pedagogia: o currículo oculto em evidência. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação. 8(1), (pp. 275-290). Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/6530/4796. (acesso em 20 de abril de 2015).
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M.S. (2007). Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez.
LIMA, R. de C.P., CAMPOS, P. H. F. (2015). Campo e grupo: aproximação conceitual entre Pierre Bourdieu e a teoria moscoviciana das representações sociais. Educação e Pesquisa. 41(1), (pp. 63-77). Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022015000100063&lng=pt&nrm=iso. (acesso em 21 de abril de 2015).
LOURO, G. L. (1998). Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes.
LOURO, G. L.(1999). Pedagogias da sexualidade. In: ____ (org.). O corpo educado. (pp. 150-172). Belo Horizonte: Autêntica.
LOURO, G. L.(2008) Gênero e sexualidades: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições. 19(2), (pp. 17-23), Disponível em http://www.scielo.br/pdf/pp/v19n2/a03v19n2.pdf. (acesso em 21 de abril de 2015).
LOURO, G. L.(2012). Os estudos queer e a Educação no Brasil: articulações, tensões, resistências. Contemporânea - Revista de Sociologia da UFSCar. 2(2), (pp. 363-369), Disponível em http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/87. (acesso em 22 de abril de 2015).
MEYER, D. E., KLEIN, C., & ANDRADE, S. dos S. (2007). Sexualidade, prazeres e vulnerabilidade: implicações educativas. Educação em Revista. 46, (pp. 219-239), Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/edur/n46/a09n46.pdf. (acesso em 24 de abril de 2015).
MOKWA, V. M. N. F; GONINI, F. A. C. ; RIBEIRO, P. R. M. (2009). A possível ausência do conceito de gênero na visão de professoras de Ensino Fundamental. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação. 4(3), (pp. 1-12), Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/2768/2504. (acesso em 24 de abril de 2015).
MOSCOVICI, S. (2003). Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes.
MOSCOVICI, S(2012). A Psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópolis, RJ: Vozes.
SCOTT, J. (1995). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, 20 (2), pp.71-99.
Como Citar
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Os(as) autores(as) que publiquem nesta revista concordam com os seguintes termos: