Violência em aulas de Educação Física: corporalidade, docência e formação

Autores

  • Juliana  Telles de Castro Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea
  • Alexandre   Fernandez Vaz Pesquisador CNPQ. Florianópolis-SC
  • Marcus Aurélio Taborda de Oliveira  Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
  • Fábio Machado Pinto  CED/UFSC, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.35362/rie620580

Palavras-chave:

Educação Física, prática de ensino, violência escolar

Resumo

Uma das questões mais importantes a desafiar as práticas pedagógicas nas escolas públicas brasileiras é a violência, em distintas formas de manifestação. Espaço em que tradicionalmente a palavra tem menos valor que a abordagem contingencial, na disciplina curricular de Educação Física um conjunto de particularidades aparece, em grande medida, pela maior exposição do corpo, se comparada a outras atividades pedagógicas, mas também pelo caráter competitivo de suas práticas. No presente trabalho, apresentamos uma investigação cujo objetivo foi pesquisar a dinâmica das aulas de Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental em uma escola pública da periferia de Florianópolis, sul do Brasil, ministradas por estudantes universitários durante seu estágio supervisionado. Por meio da análise de fontes que incluíram relatos em cadernos de campo e relatórios produzidos pelos próprios estagiários, emergem resultados referentes à ocorrência de violência durante as aulas de Educação Física: de um lado, o hábito dos alunos de substituir a retórica pela altercação corporal na resolução de conflitos; e de outro, o uso da intimidação e da pedagogia da ameaça pelos estagiários, em meio às tentativas desenfreadas de manter o domínio das turmas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandre   Fernandez Vaz, Pesquisador CNPQ. Florianópolis-SC

Professor do Programa de Pós-graduação em Educação e Programa de Pósgraduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, da ufsc. Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (ced/ufsc/cnpq). Pesquisador cnpq. Florianópolis-SC.

Marcus Aurélio Taborda de Oliveira , Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil

Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação e Inclusão Social e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer, ambos da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Coordena o nupes – Núcleo de Pesquisas sobre a Educação dos Sentidos e das Sensibilidades. Pesquisador do cnpq.

Fábio Machado Pinto , CED/UFSC, Brasil

Professor Adjunto III CED/UFSC. Supervisor da disciplina de Estágio Supervisionado em educação física escolar I e II (men/ced/ufsc). Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (ced/ufsc/cnpq), Florianópolis, SC. Brasil

Referências

Abramovay, Miriam e Rua, Maria das Graças (2003). Violência nas escolas: versão resumida. Brasília: Unesco.

Adorno, Theodor W. (1995). Educação e emancipação. São Paulo/Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Albino, Beatriz Staimbach et al. (2008). «Acerca da violência por meio do futebol no ensino da Educação Física: retratos de uma prática e seus dilemas». Pensar a Prática, Goiás, v. 11, n. 2, pp.139-147. Disponível em: <www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/3111>, [acesso: 07 abr. 2013].

Aquino, Julio R. Groppa (1996). «A desordem na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e conhecimento». In: Aquino, Julio Groppa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus. pp. 39-56.

Arendt, Hannah (1992). Entre o passado e o futuro. 3. ed. São Paulo: Perspectiva.

Barroso, João (2003). «Ordem disciplinar e organização pedagógica». In: Correia, José Alberto; Matos, Manuel. Violência e violências da e na Escola. Porto: Afrontamento.

Cardia, Nancy das Graças (1997). A violência urbana e a escola. Contemporaneidade e Educação, Rio de Janeiro, n. 2. iec.

Castro, Juliana Telles de e Pinto, Fábio Machado (2010). Violência e aulas de educação física em uma escola pública de periferia: lógicas, processos e formas de abordagem. In: Anais do IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade, Itabaiana, disponível em: <www.educonufs.com.br/ivcoloquio/cdcoloquio/eixo_02/E2-95b.pdf>, [acesso: 02 abr. 2013].

Charlot, Bernard (2002). «A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão». Sociologias: Porto Alegre, v. 8, n. 4, pp.432-443.

Dani, Lúcia Salete Celich. Memórias da Escola: as Significações do Autoritarismo na Relação Pedagógica e suas Repercussões na Construção da Personalidade Moral. In: Cunha, Jorge Luiz da; Dani, Lúcia Salete Celich (2008). Escola, conflitos e violência. Santa Maria: ufsm, pp. 95-131.

Dantas, Jéferson Silveira (2007). «Projeto histórico e construção curricular: a experiência social do Fórum do Maciço do Morro da Cruz». Revista brasileira Estudos pedagógicos. Brasília, v. 88, n. 218, p. 122-139, jan./abr.

Dantas, Jéferson Silveira (2010). Espaço social e formação docente: a experiência da Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz na cidade de Florianópolis, Santa Catarina (2001 - 2009). Percursos, Florianópolis, v. 1, n. 11, p.43-63, jan/jul. Disponível em: <www.periodicos.udesc.br/index.php/percursos/article/viewFile/1866/1590>, [acesso: 05 abr. 2013].

Elias, Norbert (1939). Über den Prozess der Zivilisation (2 vol.). Frankfurt: Suhrkamp, 1977/1979.

Foucault, Michel (1987). Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópoles: Vozes.

Gomes, Vera Lúcia de Oliveira e Fonseca, Adriana Dora da (2005). «Dimensões da violência contra crianças e adolescentes, apreendidas do discurso de professoras e cuidadoras». Scielo, Florianópolis, v. 14, n.spe, Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-07072005000500004&script=sci_arttext>, [acesso: 05 abr. 2013].

Henning, Luciano Augusto (2007). A distribuição espacial dos alunos das escolas integrantes da Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz: Trabalho de Conclusão de Curso. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

INEP (2010). «O Que é o ideb». Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/o-que-e-o-ideb>, [acesso: 05 abr. 2013].

Laterman, I. (2000). Violência e incivilidade na escola: nem vítimas nem culpados. Florianópolis: Letras Conteporâneas, XI v. (Coleção Teses).

Lucinda, Maria da Consolação; Nascimento, Maria das Graças e Candau, Vera Maria (2001). Escola e violência. Rio de Janeiro: Dp&a.

Rego, T. C. R. (1996). «A indisciplina e o processo educativo: uma análise na perspectiva vygotskiana». In: Aquino, Julio Groppa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, pp. 83-101.

Souza, E. R. de (2008). Jogos e Brinquedos da Cultura Popular. Florianópolis, (Apostila).

UNESCO «About US». Disponível em: <www.unesco.org/new/en/unesco/about-us/>, [acesso: 05 abr. 2013].

Vaz, A. F., Sayão, D. T. e Pinto, F. M. (orgs.) (2002). Educação do corpo e formação de professores: reflexões sobre a prática de ensino de Educação Física. Florianópolis: ufsc,

Vigolo, T. (2013). Sistema de Geoprocessamento da Secretaria Municipal de Secretaria de Habitação e Saneamento Ambiental. [mensagem pessoal] Mensagem recebida por: <tamiresvigolo@yahoo.com.br>, [acesso: 18 mar. 2013].

Como Citar

Telles de Castro, J., Fernandez Vaz, A.  , Taborda de Oliveira , M. A., & Machado Pinto , F. (2013). Violência em aulas de Educação Física: corporalidade, docência e formação. Revista Ibero-Americana De Educação, 62, 19–37. https://doi.org/10.35362/rie620580

Downloads

Publicado

2013-05-01

Edição

Seção

Artigos do monográfico