O impacto da paisagem linguística nos espaços universitários e urbanos no Brasil e na Bolívia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35362/rie9616440

Palavras-chave:

representações étnicas, paisagem linguística, espaço urbano-universitário, descompasso na América Latina

Resumo

Neste artigo, pretendemos explorar, numa abordagem da Paisagem Linguística, os espaços universitários e urbanos como pano de fundo para evidenciar descompassados na integração étnica e na incorporação de diferenças no Brasil e na Bolívia, a partir de duas cidades pulsantes em urbanidade e atratora de talentos interessados em participar de seus ambientes acadêmicos. No Brasil, abordaremos os protestos étnicos que, em alguns espaços, são naturalizados como uma ocupação estudantil, um direito regular e geral que ressoa nos espaços universitários como uma fase simbólica, mas fugaz. Na Bolívia, demonstraremos o resultado de protestos pregressos que deixam ainda hoje marcas na paisagem urbana e universitária, embora hoje os protestos já estejam silenciados, sem grandes mudanças na condição das diferenças étnicas. Sendo esta uma pesquisa qualitativa-descritiva, recolhemos, in loco, por meio de fotografias e de documentos diversos, registros de como a superdiversidade de ações, atitudes e movimentos têm delineado em São Paulo resultados que já foram percorridos por La Paz, frisando, na comparação entre esses espaços, o descompasso de avanços nas grandes metrópoles desses dois países da América Latina. A análise das imagens que pululam os espaços universitários e humanos nos permitiu identificar as diferentes atitudes e estratégias utilizadas pelos grupos étnicos para reivindicar seus direitos, constituindo-se, assim, um elemento a ser incorporado na metodologia científica do campo das Paisagens Linguísticas

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Eliete Sampaio Farneda, Universidade de São Paulo (USP), Brasil

Doutoranda em Linguística Aplicada, pelo Programa de Filologia e Língua Portuguesa, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da Universidade de São Paulo (USP). Investiga A Língua Portuguesa de Herança: a paisagem linguística na superdiversidade de Trinidad e Tobago. Membro do Grupo de Pesquisa Linguagem e Cognição (LinC-USP). Membro do grupo de pesquisa TOTHCRIARCOM (ECA-USP). Membro do Grupo de Pesquisa em Sociolinguística (UNILA). Doutora em Filosofia pela Atlantic International University (USA)*. Mestre Língua Portuguesa pela Faculdade de Filologia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH - USP). Especialista em Língua e Literatura Portuguesa e Brasileira pela Uni Sant Anna. Graduada em Administração Escolar pelas Faculdades Integradas Campos Salles e Graduada em Língua e Literatura Portuguesa e Francesa pela Faculdade Oswaldo Cruz. Interessa-se pelo Ensino de Português como Língua não Materna, pelo Estudo de Português como Língua de Herança e pela Formação de Professores. Atuou como professora de português para pessoas em situação de refúgio, na Missão Paz, SP. Tem atuado profissionalmente com o ensino de Língua e Cultura brasileiras para o Foreign Service Institute - United States of Department of State, VA, nos Estados Unidos.

Miriam Cayetano Choque, Universidad Mayor de San Andrés (UMSA) Bolivia

Magister en Lingüística Indoamericana (CIESAS México), Licenciada en Lingüística e Idiomas, Universidad Tomás Frías Potosí, Bolivia. Actualmente, Docente Titular Emérita en la Carrera de Lingüística e Idiomas de la Universidad Mayor de San Andrés (UMSA); fue docente en las Carrera de Lingüística e Idiomas de la Universidad Pública de El Alto (UPEA) y en la Universidad Tomás Frías de Potosí; asimismo, ha sido docente de Postgrado en la Facultades de Humanidades y Ciencias de la Educación, UMSA y en la Universidad del Altiplano, Perú. Ha fungido como Coordinadora del Instituto de Investigaciones y Postgrado en la UPEA; participó en proyectos de investigación. Tiene publicaciones sobre la fonología, fonética y enseñanza del quechua entre otros. Articulista sobre temas de la lengua y cultura quechua.

Referências

Costa, F. R. (2014). Memória Histórica da Capitania de São Paulo: edição e estudo. São Paulo: Arquivo Público do Estado de São Paulo.

CPE (2010). Constitución Política del Estado. Bolívia. https://oas.org/dil/esp/constitucion_bolivia.pdf

Cuiza, P. (2016). Dos de las 36 lenguas nativas en Bolivia están extintas; en el resto hay vulnerabilidad. La Razón. https://go.oei.int/znp6jime

Dias, H. (2023). Comunidade Usp: Somos mais de 120 mil pessoas. Jornal da USP. Universidade de São Paulo. https://go.oei.int/ln6xtxmc.

Franco, G., & Afonso, L. (2024). Cotas na Fuvest. https://go.oei.int/1bthgjqu.

Gorter, D., & Cenoz, J. (Orgs.). (2024). A panorama of linguistic landscape studies. Multilingual Matters. https://doi.org/10.21832/9781800417151 DOI: https://doi.org/10.21832/9781800417151

IBGE (2023). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades e Estados. «São Paulo». https://go.oei.int/pir1tsom.

INE (2012). Instituto Nacional de Estadística. Disponível em: https://www.ine.es/

Isaac, P. A. M. (2004). Drama da educação escolar indígena Bóe-bororo. EdUFMT.

Layme, T. (2011). Trilingüismo en regiones andinas de Bolivia. Plural Editores.

Lima-Hernandes, M. C. (2009). Trajetória da elite acadêmica na cidade de São Paulo. In: Ataliba. T. de Castilho (Org.). História do português paulista (pp. 173-184). UNICAMP/Publicações IEL.

Lima-Hernandes, M. C., & Carvalhinhos, P. J. (2020). Um primeiro retrato sociolinguístico: um clique nos habitantes da cidade de São Paulo. In Linguagem, cognição e interações (pp. 54-85). FFLCH/USP.

Melo-Pfeifer, S., & Lima-Hernandes, M. C. (2020). Paisagens linguísticas. [Apresentação]: ideologias, discursos e práticas multilíngues nos espaços sociais. Domínios de Lingu@gem. https://doi.org/10.14393/DL44-v14n4a2020-1. DOI: https://doi.org/10.14393/DL44-v14n4a2020-1

O Globo (2024). De LGBT a LGBTQIA PN +: por que a sigla mudou e o que significa cada letra?, de 28/06/2024. https://go.oei.int/fsmsszsk.

Oliveira, A. K. M. & Lima-Hernandes, M. C. (2010). História sociolinguística do português de São Paulo: primeira metade do século XX. In: Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas (Vol. 1, pp. 1-12). Universidade de Évora.

Sampaio, O. S. (2007). Eduardo Galvão – índios e caboclos. Annablume.

Silva, R.T., Lima-Hernandes, M.C., & Santiago-Almeida, M.M. (2012). Redes sociais e atitudes linguísticas: o caipirês no meio acadêmico. In História do português caipira (Vol. 3, pp. 485-497). IEL-UNICAMP/FAPESP.

Tamburini, L. (2013). Bolivia Censo 2012: Algunas claves para entender la variable indígena. Red Internacional de Estudios Culturales. https://go.oei.int/chuye1v8

Vertovec, S. (2007). Super-diversity and its implications. Ethnic and Racial Studies, 30(6), 1024-1054. https://doi.org/10.1080/01419870701599465 DOI: https://doi.org/10.1080/01419870701599465

Como Citar

Lima-Hernandes, M. C., Sampaio Farneda, E., & Cayetano Choque, M. (2024). O impacto da paisagem linguística nos espaços universitários e urbanos no Brasil e na Bolívia. Revista Ibero-Americana De Educação, 96(1), 97–117. https://doi.org/10.35362/rie9616440

Publicado

2024-10-11

Edição

Secção

A paisagem linguística e seu impacto em contextos educacionais