Celulares em sala de aula: entre restrição e autonomia e a escola como ágora digital
DOI:
https://doi.org/10.35362/rie9816758Palavras-chave:
cidadania digital, tecnologias digitais em rede, autonomia educacional, ágora digitalResumo
Este texto propõe um ensaio teórico-reflexivo de inspiração cotidianista vinculada à epistemologia das práticas (Oliveira, 2023; Andrade et al., 2019, Certeau, 1994) e análise de documentos públicos, numa abordagem situada, de natureza qualitativa e interpretativa, sem a pretensão de generalizações, que busca compreender algumas das implicações pedagógicas do Decreto Rio nº 53.918/24, que regulamenta o uso de celulares no município do Rio de Janeiro, a Lei Federal nº 15.100/25 e como contraponto, a Nota ANPED (GT 16 de Educação e Comunicação). As análises são discutidas à luz de um referencial teórico que nos auxilia a abordar questões relacionadas à ‘políticaspráticas’ educacionais em contexto de cibercultura. Pretendemos então discutir: i) ampliação do capital de rede (Elliot e Urry, 2010) e, por conseguinte, a inserção no mundo do trabalho; ii) potencialização do processo formativo em prol da justiça cognitiva e social. Dialogando com autores do campo da educação e comunicação, dentre outros de viés mais filosófico e sociológico, argumentamos em favor de uma escola que, ao invés de restringir, possa se tornar o que entendemos como uma “ágora digital”, preconizando o diálogo entre diferentes membros da comunidade escolar, para criarmos acordos acerca de um uso mais equilibrado dos dispositivos
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