O fracasso na escola

Autores

  • Maria Luísa Bissoto Faculdade de Conchas, Conchas-São Paulo, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.35362/rie500663

Palavras-chave:

fracasso escolar; fracasso na escola; abordagem bioecológica do desenvolvimento humano; psicologia histórico-cultural; enculturação

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir o fracasso escolar como o fracasso na escola: fenômeno que emerge e se materializa na malha de interações sociais que constitui mais intimamente o cotidiano escolar, formada pelo tripé família-escola-estudantes. Parte-se do pressuposto de que as interações sociais geradas nesse tripé favorecem – ou negam –, em diferentes graus, o sentimento de pertencimento do estudante em relação à instituição escolar; fundamental para a constituição e para a qualidade do processo educacional. Metodologicamente, este artigo se fundamenta nas perspectivas teóricas da Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento Humano, de Urie Brofenbrenner, e da Psicologia Histórico-Cultural, especialmente no pensamento de Lev Vygotski. Tendo em vista possíveis resultados dessa discussão, considera-se que o fenômeno do fracasso na escola será efetivamente encarado, quando se alterarem as práticas relacionais nesse tripé, privilegiando uma práxis de enculturação dos envolvidos no cotidiano escolar.

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Biografia Autor

Maria Luísa Bissoto, Faculdade de Conchas, Conchas-São Paulo, Brasil

Docente no Programa de Pós-Graduação latu-senso em Psicopedagogia da Faculdade Salesiana Dom Bosco, Piracicaba, e docente no curso de graduação em Pedagogia, Faculdade de Conchas, Conchas-São Paulo, Brasil.

Referências

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Notas:

1) Como foi feito pelas teorias do déficit cultural, que tanto influenciaram a pesquisa e as diretrizes em relação à «educação» das famílias, visando prevenir o atraso e o fracasso escolar dos estudantes em situação de risco social. Essas diretrizes estabeleceram programas de educação compensatória, que privilegiaram a cultura psicológica-escolar em detrimento da cultura familiar, e o direcionamento «científico» das famílias na criação e educação dos filhos. Um exemplo que se destaca, nesse sentido, é o Relatório Coleman (Coleman et al., 1966), que apontou a importância das características familiares (em detrimento das políticas públicas e dos recursos escolares físicos, didáticos e financeiros) na explicação do aproveitamento escolar inferior dos estudantes tidos como em situação de risco social. Outras se referem aos trabalhos, também sobre privação cultural, de Bereiter e Englemann, 1966.

Como Citar

Bissoto, M. L. (2009). O fracasso na escola. Revista Ibero-Americana De Educação, 50, 81–98. https://doi.org/10.35362/rie500663

Publicado

2009-05-01

Edição

Secção

Artículos del monográfico